Fausto Domingos Fidalgo,
Soldado Condutor Auto-Metralhadora Fox,
n.º 71070067
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Apoio de um
colaborador do
portal UTW |
 
Fausto
Domingos Fidalgo
Soldado Condutor
Auto-Metralhadora, n.º 71070067
1.º
Pelotão FOX
«OS
IMORTAIS»
Esquadrão de Cavalaria
2
«FORÇA ARDIL E
CORAÇÃO»
Região
Militar de Moçambique
«CONSTANS ET PERPETUA VOLUNTAS»
Cruz
de Guerra de 4.ª classe
Prémio
Governador-Geral de Moçambique
Operação 'Nó Górdio':
contributos
1.ª -
Mensagem de Emídio Almeida, de
13 de Dezembro de 2006
2.ª -
Mensagem de João Azevedo, de 14
de Dezembro de 2006
3.ª -
Mensagem de João Azevedo, de
20Mai2006
(resposta de
João Azevedo à
mensagem do veterano Carlos Costa de 19Mai2008 -
clique aqui para visualização da referida mensagem)
4.ª -
Mensagem de Carlos Costa de 20Mai2006
5.ª -
Mensagem de João Azevedo, de
21Mai2006
6.ª -
Publicado na revista "Coluna em Marcha",
de 11Ago1970, imagens cedidas pelo
veterano Ilídio Costa, da CCacMocímboa
da Praia
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1.ª - Enviado por
Emídio Almeida,
ex-Radiotelegrafista, da Companhia de Artilharia 2718
De: Emídio Almeida
Enviada: quarta-feira, 13 de Dezembro de 2006 22:35
Para: UTW
Assunto: Feliz Natal e Bom Ano a todos os combatentes da
guerra colonial.
Como ex radiotelegrafista da CArt 2718 no Sagal minha
companhia rendeu a CArt2453 em Junho de 1970 meu
primeiro serviço foi na operação No Gordio onde estive
emboscado no afamado Chindorilho que ficava entre Sagal
e Mueda passagem de guerrilheiros da Frelimo
precisamente nessa emboscada tivemos conhecimento de ter
morrido o Dr. Oliveira Salazar.
Nessa mesma operação
destaco a morte de um grande operacional de granadeiro
do Esquadrão de Cavalaria o militar Fausto
que morreu queimado dentro do próprio granadeiro vitima
de emboscada quando regressavam a Mueda em coluna de
reabastecimento a quartéis passagem por Sagal procedente
de Mocímboa da Praia. Logística que era feito entre dois
a três dias.
Esquadrão de cavalaria conhecidos em código (Ribeira)
estacionados em Mueda.
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2.ª - Enviado por
João
Azevedo,
ex-Alferes Mil.º do Esquadrão de Cavalaria 2
De:
João Azevedo
Enviada: quinta-feira, 14 de Dezembro de 2006
23:04
Para: ... UTW...
Assunto: Ultramar: Guerra Colonial -
Generalidades
A
morte de FAUSTO DOMINGOS FIDALGO.
É
real o episódio contado pelo Emídio de Almeida e o nome
do saudoso Fausto, consta da lista que V. Baião
compilou, sobre os mortos na "Nó Górdio".
Este relato pode constar como mais um subsídio para que
a história desta operação seja contada.
Permito-me não corrigir, mas acrescentar algo
aproveitando a oportunidade da lembrança que nos foi
colocada. O Fausto efectivamente pertencia ao 1º Pelotão
do Esq. Cav. 2 e era condutor FOX e a referência da não
adaptabilidade das "FOX" a este tipo de operações,
referida pelo Cap. MATOS GOMES, no seu livro e que aqui
já transcrevi, era exactamente pela não blindagem da
base das viaturas. A mina deflagrada por controlo à
distância, era incendiária. A torre soltou-se com os
dois apontadores, que felizmente pouco ou nada sofreram,
mas o Fausto ficou cravado no volante, sem fuga possível
e crivado de balas que explodiram de todos os lados.
Triste episódio. O 1º pelotão era comandado pelo Alferes
Miliciano Manuel António, hoje distinto advogado em
Coimbra. Todos sabem o que é "pau preto", isto é, o
corpo do Fausto foi retirado carbonizado e com essa
configuração. Jamais esqueci essa imagem dolorosa.
Portanto o Fausto não fazia na altura coluna de
reabastecimento, mas participava na "Nó Górdio", no
cerco Norte. O depoimento do Sr. Emídio comprova a forma
mortal como se iniciou a operação. Acrescento que também
comprova as palavras de Matos Gomes, quando se refere
a militares em fim de comissão. Este grave incidente
mostrou a LM a guerra que se travava no Norte. O Fausto
vivia em LM e era figura conhecida.
Ele como muitos outros foram chamados ao Norte, em
situação psicológica pouco agradável.
PAZ À SUA ALMA.
João Azevedo
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3.ª -
Enviado por
João
Azevedo,
ex-Alferes Mil.º do Esquadrão de Cavalaria 2
De:
João Azevedo
To: Carlos Costa, A. Pereira Silva
Sent: Tuesday, May 20, 2008 2:24 PM
Subject: FAUSTO
Caro camarada
Nesse dia fatídico, eu era o Comandante interino do Esq.
Cavalaria 2 de Mueda, mas na data no Sagal (Cerco
Norte).
O
Alferes Miliciano Manuel António comandava o 1º Pelotão
em direcção a Mueda e o Furriel Miliciano era o Pereira
da Silva.
Encontrar o ex-Alferes é questão de procurar no Tribunal
de Coimbra, pois ele tem como advogado um cartório atrás
do Tribunal.
Quanto ao Pereira da Silva vou estar com ele no próximo
sábado, no encontro anual do nosso Esquadrão e será em
Carrazeda de Ansiães.
Prometo colocar no site uma foto do Pereira da Silva,
que vive em Lisboa, mas vai estar lá.
Desconheço se conhece mais alguém, mas se estiver para
os lados de Mirandela apareça no nosso encontro que será
bem recebido.
Quero ainda dizer-lhe que no site onde procurou pelo
FAUSTO, há artigos e descrições do incidente.
Procure "Nó Górdio".
Um abraço e sempre ao dispor.
João Azevedo
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4.ª - Enviado por Carlos
Costa, ex- Radiotelegrafista da CCS do B. CAÇ 2918
From:
Carlos Costa
Sent:
Tuesday, May 20, 2008 11:52 PM
To:
João Azevedo,
A. Pereira Silva
Subject:
Re: FAUSTO
Caro camarada
Nesse dia ,eu era o Radiotelegrafista que ia no
granadeiro... Eu pertencia à CCS do BArt 2918. Tínhamos
como comandante o tenente Coronel Celestino
Rodrigues, que depois nos deixou.
A CCS mudou para NANGADE, que depois tivemos como
Comandante o Tenente Coronel Vasconcelos Porto. O
comandante de companhia era o Ex. Capitão Sousa e Castro
Hoje Coronel.
O
meu oficial de Transmissões era o Alferes Miliciano
BOAVIDA.
O Alferes Miliciano Manuel António foi evacuado...Nos
só esperamos de apagar o fogo, onde o nosso camarada
morreu .Nos nesse dia 4 de Julho tínhamos saído de
manhã, mas voltamos a Sagal, COM o nosso camarada dentro
de uma caixa das de rações de Combate. Recordo ter
pedido ao Ex- Furriel Pereira da Silva para puxar
o granadeiro um pouco para traz já que estávamos a muita
pouca distancia da FOX.
Quanto ao acidente não tenho que procurar mais, vivi em
carne própria.
Se estivesse ai me faria presente alem de não pertencer
ao esquadrão mas nesse dia fiz o serviço, já que todos
os radiotelegrafistas estavam cansados. Estava eu
recém-chegado ao Sagal, pois cheguei a Mueda no dia 1 de
Julho de 1970 e com pouca experiencia do rádio
AN-GRC9.
Um abraço
Carlos Costa
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5.ª -
Enviado por
João
Azevedo,
ex-Alferes Mil.º do Esquadrão de Cavalaria 2
De: João Azevedo
Enviada: quarta-feira, 21 de Maio de 2008 0:24
Para: Carlos Costa; Ant. Pereira Silva (ec2); Armando
Martins (Esq.Cav. 2); Armando Ribeiro (E.C.2); Fernando
Costa (E.Cav 2); Fernando Ribeiro (ESQ 2); Francisco
Andrade (EC2); João Oliveira ESQ 2; jose sardinha (ec2);
Luís Jacinto Pereira (Esq. Cav. 2); MANECAS (ECAV 2);
Manuel P. Martins (ESQCAV 2); Manuel Pinto (ESQ Cav 2);
ROGER; Salreta Vilhena (EC2); Vitor Baião
Assunto: Re: FAUSTO
CARO CARLOS COSTA,
Quero desde já dizer-lhe que o seu testemunho é muito
importante neste trágico acidente, tal como outros serão
noutros casos. Repare eu dei a minha opinião mas estava
no Sagal, o meu amigo está no local. Isto é que é
importante contar. No meu caso, terminei a comissão em Mueda no último dia de Julho, regressando a Lourenço
Marques e depois
no final do ano regressei ao continente, isto, para
dizer que nem sequer tive tempo para discutir coisas que
aconteceram, como foi o caso dos leões no Chindorilho,
você estava no sitio certo. No dia seguinte ao acidente
fui eu mais o meu pelotão o 2º que fomos rebocar com o
PAD a FOX para Mueda. Entretanto sabe que outros
acidentes com minas e até a terrível emboscada no
"túnel" de Diaca me deixaram numa situação muito
ingrata. E tomei essa decisão contra o que você chama de
comandante CR, que apresentou queixa por desobediência
da minha parte, que me levou a uma espécie de
"julgamento" a Mueda e não fora aparecer nesse dia 15 de
Julho o meu Capitão e iria com certeza parar à Xefina.
Contos largos que temos que todos fazer na história da
"Nó Górdio". Todos nós fizemos um bom serviço e nunca
fomos pagos por tal!
Não me disse para onde vive, mas se um dia passar pela
Covilhã pergunte por mim que terei muito prazer em estar
consigo. Vou mandar esta mensagem também ao Cardoso
Martins, "meu" radiotelegrafista e a outros camaradas
com quem contacto frequentemente e alguns vão estar lá
em Carrazeda, desejando que participem nesta conversa.
Um abraço e continue a contactar.
João Azevedo
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6.º -
Publicado na revista "Coluna em Marcha", de 11Ago1970
Imagens cedidas pelo veterano
Ilídio Costa, da CCacMocímboa
da Praia

A "Coluna
em Marcha" era um caderno especial do jornal
de "Notícias" de Lourenço Marques que
saía às "Terças-feiras".
Criada pelo
jornalista Guilherme de Melo e dedicado aos militares
dos três ramos das Forças Armadas que então combatiam em
Moçambique.
"Em
Memória de Fausto Domingos Fiadalgo",
de
Mário João N.
Martins, Soldado n.º 708251/68
Álvaro Amadeu
Scheidecker, Soldado n.º 710441/67

"Para
ti"
Do Esquadrão de
Cavalaria 2 a Fausto Fidalgo morto em combate


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