"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo I,
págs. 181 e 182, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo I,
págs. 111 e 112, da RHMCA / CECA /
EME
8.º Volume, Tomo I,
págs. 150, da RHMCA / CECA /
EME
Jornal do Exército, ed.
56, págs. 16 e 17, de Ago1964
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Guilherme
de Barros Phalempim e Dantas
Furriel Mil.º de
Infantaria, n.º 486/60 - F
Companhia de Caçadores 165
Batalhão de Caçadores 158
«UNIDOIS
VENCEREMOS»
Angola: 07Jul1961 a
26Out1963
Medalha de Prata de Valor Militar
com Palma
(Título póstumo)
Guilherme
de Barros Phalempim e Dantas,
Furriel Mil.º de Infantaria (Armas
Pesadas), n.º 486/60-F, natural da
freguesia de Cedofeita, concelho do
Porto, filho de Guilherme de Sousa
Dantas e de Albertina de Barros Phalempim
Mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 2 (RI2 - Abrantes) para
servir Portugal na Província
Ultramarina de Angola integrado na
Companhia de Caçadores 165 do
Batalhão de Caçadores 158
(nota)
«UNIDOS VENCEREMOS».
Faleceu no dia 24 de Agosto de 1962
na área dos quartéis do inimigo de
Lucala e Banza Lende, vítima de
ferimentos em combate.
Está inumado na campa n.º 1, fileira
n.º 2, do Talhão Único do cemitério
do Toto, em Angola
A sua Alma repousa em Paz
Medalha de Prata de Valor Militar
com Palma
(Título póstumo)
Furriel
Miliciano de Infantaria
GUILHERME DE BARROS PHALEMPIM E
DANTAS
CCac165/BCac158 - RI2
ANGOLA
Grau: Prata, com palma (Título
póstumo)
Transcrição do louvor publicado
na OE n.º 9 - 3.ª série, de 1963:
Por Portaria de 22 de Janeiro de
1963:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro do
Exército, louvar, a título póstumo,
o Furriel Miliciano de Infantaria,
do Batalhão de Caçadores n.º 158, da
Região Militar de Angola, Guilherme
Barros Phalempim e Dantas, pela
forma heroica, abnegada, valente e
corajosa como actuou na operação
"Vento Norte", desenrolada na região
de Banza Lende, concelho do Songo,
da qual resultou mais uma vitória
para as nossas tropas, valorizada
pela tenaz resistência do grupo
inimigo chefiado por um dos mais
importantes chefes, ao longo de
cerca de 5 horas e 30 minutos.
Reduzido ao silêncio o grupo
adversário, imediatamente o furriel
Dantas se lançou na exploração do
sucesso, recolhendo duas das armas
dos elementos terroristas, mas
acabando por cair, varado pelo tiro
de um inimigo que apenas se
encontrava ferido. O seu último
gesto bem demonstrativo da sua
sólida formação militar, foi o de
proteger a sua arma e as que tinha
apreendido, para que não fossem
roubadas pelo inimigo.
Considerado um excepcional
comandante de secção, quer pelos
conhecimentos militares, quer pelo
grande espírito de iniciativa sempre
demonstrado, quer, ainda, pelas suas
elevadas qualidades de coragem,
valentia e abnegação, a actuação do
furriel Dantas em combate perdurará
na memória dos seus companheiros de
luta.
Ministério do Exército, 22 de
Janeiro de 1963.
O Ministro do Exército. Joaquim
da Luz Cunha.
Transcrição da Portaria que
concede a condecoração, publicada na
mesma OE:
Por Portaria de 22 de Janeiro de
1963:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro do
Exército, condecorar com a Medalha
de Prata de Valor Militar, com
palma, a título póstumo, por ter
sido considerado ao abrigo do artigo
7.º, com referência ao parágrafo 1.º
do artigo 51.º do Regulamento da
Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, o Furriel Miliciano de
Infantaria, do Batalhão de Caçadores
n.º 158, de Angola, Guilherme Barros
Phalempim e Dantas que, na operação
"Vento Norte", desenrolada na Região
de Banza Lende, se comportou de
forma heroica, abnegada e valente,
praticando um feito demonstrativo de
alta e heroica compreensão do dever
militar.
Quando procedia à recolha das armas
do inimigo vencido, foi alvejado por
um deles, que se encontrava apenas
ferido.
O seu último gesto, bem revelador da
sua sólida formação militar, foi o
de proteger a sua arma e as que
tinha apreendido, para que não
fossem roubadas pelo inimigo.
Ministério do Exército, 22 de
Janeiro de 1963.
O Ministro do Exército, Joaquim
da Luz Cunha.
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Jornal do Exército, ed.
56, de Ago1964
«Durante
a operação «Vento Norte»,
desenrolada na região de Banza Lende,
da qual resultou mais uma vitória
para as nossas tropas, valorizada
pela tenaz resistência do grupo
inimigo, o FURRIEL MILICIANO DE
INFANTARIA DO BATALHÃO DE CAÇADORES
158 (BCAC158), GUILHERME BARROS
PHALEMPIM E DANTAS, lançando-se na
exploração do sucesso, procura e
recolhe as armas que o inimigo, ou
por ter sido abatido ou por se
encontrar em debandada, deixa no
terreno.
Quando já tinha em seu poder duas
armas, é alvejado pelo tiro de um
adversário que apenas se encontrava
ferido.
O último gesto do FURRIEL DANTAS,
demonstrativo da sua sólida formação
militar, foi proteger a sua arma e
as que já tinha recolhido, para que
não fossem parar às mãos do inimigo.
Condecorado, postumamente, com a
MEDALHA DE PRATA DE VALOR MILITAR
COM PALMA, o FURRIEL DANTAS
perdurará na memória dos seus
companheiros de luta que não
esquecem as suas elevadas qualidades
de coragem, valentia e abnegação.
HONRA E GLÓRIA AO FURRIEL PHALEMPIM
E DANTAS!»


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(nota):
Batalhão
de Caçadores N.º 158
Identificação:
BCac158
Unidades
Mobilizadoras:
Regimento de Infantaria 5
(RI5 - Caldas da Rainha):
Comando (Cmd) e Companhia de Comando
e Serviços (CCS);
Regimento de Infantaria 1 (RI1 -
Amadora:
Companhia de Caçadores 164
(CCac164);
Regimento de Infantaria 2 (RI2 -
Abrantes):
Companhia
de Caçadores 165 (CCac165);
Regimento de Infantaria 3 (RI3 -
Beja:
Companhia de Caçadores 166 (CCac166)
Comandante:
Tenente-Coronel de
Infantaria Manuel Leitão Pereira
Marques
2.º
Comandante:
Major de Infantaria José
António de Sousa Magalhães
Oficial de
Operações e Informações / Adjunto:
Capitão de Infantaria
José Marques da Cruz Marcelino
Capitão de Infantaria João Cristiano
Martins Simões da Silva
Capitão
de Infantaria Francisco António
Alves Pereira da Rocha
Capitão de Infantaria Rui Machado da
Costa Taveira
Comandantes de Companhia:
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão de Infantaria
Fernando Gomes de Faria Barbosa
Companhia
de Caçadores 164 (CCac164):
Capitão de Infantaria
José Moura Sampaio
Companhia
de Caçadores 165 (CCac165):
Capitão de Infantaria
Manuel da Silva São Martinho Júnior
Companhia
de Caçadores 166 (CCac166):
Capitão de Infantaria
Armando Whytton Medeiros da Silva
Divisa:
"Unidos Venceremos"
Partida:
Embarque no dia 28 de
Junho de 1961, no NTT «Vera Cruz»;
desembarque no dia 7 de Julho de
1961
Regresso:
Embarque no dia 26 de
Outubro de 1963
Síntese da
Actividade Operacional
O Batalhão de Caçadores,
a partir de 30 de Julho de
1961,movimentou-se para a zona de
Sassa, Caxito e Mabubas, onde
substituiu o Batalhão de Caçadores
137 (BCac137), iniciando a CCaç 165
os difíceis patrulhamentos da picada
Quimbumbe-Ambriz. Entretanto e, por
ordem do Comando Sector 3 (ComSec3),
o Batalhão de Caçadores [BCac158]
posicionou as subunidades em
Nambuangongo:
Comando, Companhia de Comando e
Serviços (CCS) e Companhia de
Caçadores 166 (CCac166), em
Zala: Companhia de Caçadores 164
(CCac164) e em
Quimbumbe: Companhia de Caçadores
165 (CCac165)
Sofrendo nas deslocações frequentes
emboscadas, com as já numerosas
armas automáticas que o inimigo
possuía.
Efectuou importantes operações na
região de Zala e seguidamente foi
tarefa do Batalhão [BCac158] a
abertura do itinerário Beira Baixa -
Luanda, obstruído com abatizes e
cortes na picada, defendidos pelo
fogo.
Um pelotão da Companhia de Caçadores
166 (CCac166) reforçou a Companhia
de Caçadores 149 (CCac149) na
abertura do itinerário sobre
Quipedro.
Em Outubro de 1961, o Batalhão de
Caçadores [BCac158] teve a sua ZA
(Zona de Acção) ampliada, englobando
Ambriz para onde transferiu a sua
sede, Capulo, Tábi, Ponte Freitas
Morna.
A unidade foi reforçada então pela
Companhia de Artilharia 119
(CAet119) e Pelotão de Morteiros 27
(PelMort27). Cedeu pelotões aos
Batalhões de Caçadores 96 e 114
(BCac96 e BCac114).
O inimigo era extremamente activo e
agressivo, tendo, por exemplo,
desencadeado no itinerário
Quimbumbe-Zala cerca de 80 ataques a
colunas, no decurso de 10 meses.
Em 11 de Junho de 1962, com a
remodelação do dispositivo constante
do plano "Centauro Grande", o
Batalhão de Caçadores 92 (BCac92),
no Ambriz, e Batalhão de Caçadores
137 (BCac137) em Nambuangongo
substituíram o Batalhão de Caçadores
[BCac158]na Zona de Acção.
Este, por sua vez, rodou para o Vale
de Loge, onde, em 1 de Julho de
1962, rendeu o Batalhão de Caçadores
159 (BCac159) e ficando com o
seguinte dispositivo:
Comando e Companhia de Comando e
Serviços (CCS)no Colonato, a
Companhia de Caçadores 164 (CCac164)
no Toto, a
Companhia de Cavalaria 122 (CCav122)
no Bembe (Missão), a
5.ª Companhia de Caçadores Eventual
do Regimento de Infantaria de Nova
Lisboa (5ªCCacEv/RINL (Guarnição
Normal) em Lucunga, a
Companhia de Caçadores 165 (CCac165)
em Nova Caipemba e a
Companhia de Artilharia 116
(CArt116) no Bembe (povoação).
Nesta vasta região, o inimigo fez
deflagrar a primeira mina ACar (anti-carro),
em 12 de Junho de 1962, implantando
depois muitos destes engenhos que
provocaram elevado número de baixas
à Nossas Tropas.
O Batalhão de Caçadores [BCac158],
com os seus reforços, logrou, com
colaborações da FA (Força Aérea),
destruir e desarticular o inimigo
nas regiões da Inga, Banza Lende,
Macôco e Bembe, causando-lhe fortes
baixas e apreensão de armamento
sobretudo em Banza Lende: foram
destruídos ainda outros "quartéis"
de menor importância foram
destruídos.
Em 22 de Janeiro de 1963, o Batalhão
de Caçadores [BCac158] foi rendido
pelo Batalhão de Caçadores 185
(BCac185), passando à reserva da RMA
(Região Militar de Angola), tomando
parte as subunidades em operações
nas regiões de Caxito e
Nambuangongo, tendo a Companhia de
Caçadores 166 (CCac166) seguido para
Ambriz.
Em 6 de Junho de 1963, o Batalhão de
Caçadores [BCac158] passou a
pertencer ao sector de Luanda, onde
substituiu o Batalhão de Caçadores
109 (BCac109), situação em que
terminou a comissão.
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O seu nome faz parte da toponímia
da cidade do Porto
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