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Louvor Colectivo
Batalhão de Cavalaria 399
Considerado como dado por Sua Ex.ª
o
General Comandante da
Região Militar de Angola:
(Artigo 2.º da
Ordem de Serviço n.º 59, do Comando da Região Militar de
Angola,
de 12 de Julho de
1963)
É com o maior prazer que o Comandante do Sector D louva
e felicita na sua ordem de serviço o Batalhão de
Cavalaria n.º 399, com sede em Nambuangongo, pelo
salutar espírito de corpo, elevado moral, comunicativo
entusiasmo, vincada agressividade e nítida compreensão
da alta missão que está a desempenhar, o que lhe tem
permitido enfrentar com maior calma e confiança não só
todas as situações de combate inclusive as de cerco, e
levar sempre de vencida o mais aguerrido, mais bem
armado e mais bem municiado inimigo de todo o Sector D,
mas também suportar com maior abnegação e estoicismo as
deficientes condições de instalação, de falta de espaço
e de isolamento, a que há mais de seis meses se encontra
sujeito.
A justificar ainda o elevado conceito em que esta
Unidade é tida, cita-se a sua excelente actuação nas
várias operações e acções em que tem tomado parte,
dando-se especial relevância às Operações «SEM NOME»,
«TOMA LÁ» e «ATÉ CHORAS», a última das quais, este
Batalhão, por ter todos os subalternos feridos ou
doentes, planeou e desencadeou durante 3 dias com cinco
grupos de combate das suas Companhias de Cavalaria 394 e
395, comandados apenas por sargentos e quatro grupos de
combate do Batalhão de Cavalaria n.º 437, recém-chegado
da Metrópole, cujos resultados se preveem de grande
projecção na conduta das operações do Sector D e
portanto da Região Militar de Angola.
(in Revista da Cavalaria do
ano de 1964, páginas 90 e 91)
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Cruz de Guerra de 4.ª
classe
Soldado de Cavalaria, n.º 860/62
JÚLIO AFONSO FERNANDES DOS REIS FERREIRA
CCS/BCav399 – RC3
ANGOLA
4.ª CLASSE
Transcrição do Despacho
publicado na Ordem do Exército n.º 35 – 3.ª série, de
1964.
Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos
do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar,
aprovado pelo Decreto n.º 35 667, de 28 de Maio de 1946,
por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de
Angola, de 20 de Outubro de 1964:
O Soldado n.º 860/62, Júlio Afonso Fernandes dos Reis
Ferreira, da Companhia de Comando e Serviços do Batalhão
de Cavalaria n.º 399 - Regimento de Cavalaria n.º 3.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º 81, de 07 de Outubro
de 1964, do Quartel General da Região Militar de
Angola):
Louvado, o Soldado n.º 860/62, Júlio Afonso Fernandes
dos Reis Ferreira, da Companhia de Comando e Serviços do
Batalhão de Cavalaria n.º 399, pela sua valentia,
lealdade e desejo de bem servir, qualidades que tem
demonstrado frequentemente ao longo da sua permanência
nesta Unidade.
Na zona inimiga, foi um combatente aguerrido e
disciplinado, merecendo referência especial a magnífica
atitude tomada quando, integrado numa patrulha
motorizada de efectivo reduzido, que sofreu forte e bem
planeada emboscada e em que o primeiro tiro fez tombar
mortalmente um dos seus camaradas [Manuel
da Glória Silva, Soldado Atirador Explorador, n.º 494/62],
levantando-se da posição onde inicialmente se havia
abrigado, a despeito do fogo intenso das muitas armas do
inimigo, atravessou a "zona de morte", imperturbável, e
de peito descoberto, foi voluntariamente buscar a uma
das viaturas o lança-granadas foguete e as respectivas
granadas que ali tinham ficado, e entregou-as ao seu
apontador, ficando a servir de municiador. A sua acção
foi de grande valia na reacção das nossas tropas, que se
seguiu, e da qual resultou uma fuga desordenada do
inimigo.
Com a sua atitude, mais uma vez demonstrou
extraordinária coragem, serena energia debaixo de fogo e
desprezo pelo perigo, qualidades que, a par de uma
elevada noção dos seus deveres militares, muito o
honram, bem como à sua Unidade e ao Exército Português.
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Resumo da acção em
campanha do Batalhão de Cavalaria 399
BATALHÃO DE CAVALARIA N.º 399
Comandante:
Tenente-Coronel de Cavalaria Joaquim
dos Santos Alves Pereira
(Medalha de Prata de Serviços
Distintos com Palma)
2.° Comandante:
Major de Cavalaria, Luís Clemente
Pereira Pimenta de Castro
O Batalhão de Cavalaria 399,
mobilizado pelo Regimento de Cavalaria 3, em Estremoz,
desembarcou em Luanda, em 17 de Dezembro de 1962 e,
passados alguns dias, assumiu a responsabilidade
operacional de uma área que englobava Nambuangongo,
Onzo, Quimbumbe, Beira Baixa, etc. Após cerca de 8 meses
de permanência, foi deslocado para as áreas de Bela
Vista, Teixeira da Silva, General Machado, Andulo,
Caianda e Chinguar, onde se manteve até agora, quando
regressa à Metrópole.
Colocado assim, inicialmente, numa região em que o
inimigo se encontrava agressivo, moralizado e bem
armado, demonstrando um salutar espírito de corpo,
elevado moral, comunicativo entusiasmo, vincada
agressividade e nítida compreensão da alta missão que
tinha a seu cargo, pela acção dinâmica e eficiente do
seu comandante e quadros, soube não só enfrentar com a
maior calma e confiança todas as situações de combate,
levando sempre de vencida o inimigo, mas também suportar
com a maior abnegação e estoicismo as deficientes
condições de instalação, de isolamento e de falta de
espaço.
Da muito intensa actividade operacional que levou a
cabo, por iniciativa própria ou integrado em directivas
superiores, destacam-se as operações «TOMA LÁ», «SEM
NOME», e «ATÉ CHORAS», além de numerosas nomadizações e
emboscadas que tiveram marcante projecção na conduta das
operações do Sector a que estava atribuído, pela
desarticulação que obteve das organizações inimigas
através da destruição de importantes centrais e
quartéis, da produção de muitas baixas e apreensão de
material.
Quando colocado na região da Bela Vista e até final da
sua comissão em Angola, manifestou o Batalhão de
Cavalaria n.º 399 o maior entusiasmo na pesquisa de
informações, como ainda uma serena, clara e cuidadosa
apreciação das notícias difundidas. Desenvolvendo desde
o início uma profícua acção de assistência às populações
nativas, orientada nos melhores moldes, através da
execução de um plano de intensos patrulhamentos,
conseguiu levar a termo uma obra a todos os títulos
notável e que viria a merecer dignificantes homenagens
das populações civis e autoridades administrativas com
quem contactou.
Ao terminar a permanência do Batalhão de Cavalaria n.º
399 nesta Província, onde o esforço e sacrifício dos
seus homens mereceu dos escalões superiores um louvor
colectivo, várias referências elogiosas, 4 Cruzes de
Guerra, 2 medalhas de Serviços Distintos com Palma, e
elevado número de louvores, pode esta Unidade
orgulhar-se de bem ter cumprido o seu dever e ser
credora do reconhecimento e muito apreço da Região
Militar de Angola.
(in Revista da Cavalaria do
ano de 1965, páginas 160 e 161)
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Partida
do Batalhão de Cavalaria 399
para Angola
Diário de Lisboa, n.º 14360, de 05Dez1962

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Regresso do Batalhão
de Cavalaria 399 à Metrópole
Diário de Lisboa, n.º 15162, de 03Mar1965

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