Monumentos aos Combatentes
e Campas
Monumento de Homenagem às Mulheres dos
Combatentes do Ultramar
Opinião de José Sande Vasconcelos e a
notícia no Correio da Manhã
Embora nada
justifique, muito menos desculpe, o estado a que se
deixou chegar o 'Monumento à Mulher', em Leiria, será de
aproveitar o sucedido para alguma análise sobre o
assunto.
Estive presente à sua inauguração e, tendo acompanhado,
ainda que à distância, a sua génese e construção, só me
apercebi, na altura e no local, em que é que o mesmo
consistia. Já na cerimónia de apresentação que a
antecedeu, nos Paços do Concelho, tinha ficado
desconfiado, como muitos dos outros ouvintes,
ex-combatentes e familiares, ao ouvir a exposição de um
dos autores do projecto e mesmo a intervenção da
Presidente da Câmara, por me parecer se estar a
'intelectualizar' demasiado o que deveria ser simples e
puro, meramente figurativo, directo. Em vez disso
aparece um 'obra de arte' que, conforme Mães e mulheres,
mesmo algumas viúvas, de ex-combatentes que contactei
então, nada lhes dizia e onde não se reviam. Daí
também a impressão com que muitos ficaram, de que o
'Monumento' em breve serviria para tudo menos para ser
respeitado...
O mal talvez tenha sido entregar o projecto a alguém de
uma geração que já olhou a guerra, e os que nela
estiveram envolvidos, de uma forma mais racional do que
sentida, o que esperamos não venha a acontecer com o
projectado, pela Câmara Municipal de Lisboa para a zona
de Alcântara/Rocha do Conde de Óbidos, 'Monumento ao
Combatente' e o proposto, pela CCaç. 2655 - 'Dianas
Negros' já em Abril de 2001 para Belém, 'Monumento à
Família do ex-Combatente', nos quais se devem projectar,
e ver, as próprias pessoas e o seu sentir, o combatente,
o seu esforço, a sua dor, a sua entrega, no primeiro
caso; a Mãe, a esposa, a companheira, o Pai, os filhos,
os irmãos, a ansiedade, a incerteza, também o
sofrimento, também a esperança, no segundo.
Claro que esta 'crítica' não se coloca em relação ao
'Monumento aos Combatentes' em Belém, um dos mais
belos, dignos e bem conseguidos em todo o Mundo, já que
aqui o que se homenageia, mais do que o indivíduo/herói,
é a Honra, a Imortalidade dos 'que das leis da morte se
vão libertando', algo sublime que, por etéreo, não pode
ser figurado.
José Sande Vasconcelos
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