AQUELE TEMPO |
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Por terras de Zala e Ambriz |
Passamos uma parte da mocidade |
Na idade em que tudo queremos |
Menos a guerra ou outro mal. |
Lutamos pela bandeira de Portugal |
Contra um povo também infeliz |
Nem na sua terra tinha liberdade |
Mas essa guerra nós a vencemos! |
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Zala foi nosso parque de medo |
Rodeados por várias selvajarias |
Também pelos tais terroristas |
Escondidos como animais! |
Foi um ano naquele enredo |
Onde valeram algumas alegrias |
Entre camaradas mais otimistas |
Para esquecer nossas terras
natais. |
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Valeram as cartas das namoradas |
Para inventar amores passageiros |
Alguns a parecer verdadeiros |
Que até acreditavam ser verdade! |
Umas eram sempre mais amadas |
E nós uma banda de solteiros |
Para contornar a distração |
Sonhávamos com a felicidade. |
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Ambriz jà parecia mais um jardim |
Com o Atlântico a beijar-nos os
pés |
Quase dava pra esquecer a guerra |
Ao vermos algumas beldades. |
Pacientes à espera de ver o fim |
Aquela vida não nos agradava |
Desejosos pela nossa bela terra |
Para adoçar as nossas amizades. |
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Tudo isto está já tão distante |
Mas nenhum isto esqueceu |
Muitos amigos tiveram pouca sorte |
Neles o mal da guerra ficou
marcado. |
Enfim uma triste vida de soldado |
Mas nós com as graças do Céu |
Resistimos ao mal da morte |
Pra viver a vida ela tão
importante. |
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Vamos continuando caminho |
Longe dos tais passados perigos |
Mas outros nos podem espreitar |
A ver se nos levam à vez. |
Este jardim do Algarve ao Minho |
Acolhe ainda muitos nossos amigos |
Para recordar o tempo de militar |
Com o nome um soldado português. |