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Poema

ANGOLA

 

António Gonçalves Martins Pereira

 

Batalhão de Artilharia 635

 

Angola

 

1964 / 1966

 

Poema

 

 

 

AQUELE TEMPO

 

Por terras de Zala e Ambriz

Passamos uma parte da mocidade

Na idade em que tudo queremos

Menos a guerra ou outro mal.

Lutamos pela bandeira de Portugal

Contra um povo também infeliz

Nem na sua terra tinha liberdade

Mas essa guerra nós a vencemos!

 

Zala foi nosso parque de medo

Rodeados por várias selvajarias

Também pelos tais terroristas

Escondidos como animais!

Foi um ano naquele enredo

Onde valeram algumas alegrias

Entre camaradas mais otimistas

Para esquecer nossas terras natais.

 

Valeram as cartas das namoradas

Para inventar amores passageiros

Alguns a parecer verdadeiros

Que até acreditavam ser verdade!

Umas eram sempre mais amadas

E nós uma banda de solteiros

Para contornar a distração

Sonhávamos com a felicidade.

 

Ambriz jà parecia mais um jardim

Com o Atlântico a beijar-nos os pés

Quase dava pra esquecer a guerra

Ao vermos algumas beldades.

Pacientes à espera de ver o fim

Aquela vida não nos agradava

Desejosos pela nossa bela terra

Para adoçar as nossas amizades.

 

Tudo isto está já tão distante

Mas nenhum isto esqueceu

Muitos amigos tiveram pouca sorte

Neles o mal da guerra ficou marcado.

Enfim uma triste vida de soldado

Mas nós com as graças do Céu

Resistimos ao mal da morte

Pra viver a vida ela tão importante.

 

Vamos continuando caminho

Longe dos tais passados perigos

Mas outros nos podem espreitar

A ver se nos levam à vez.

Este jardim do Algarve ao Minho

Acolhe ainda muitos nossos amigos

Para recordar o tempo de militar

Com o nome um soldado português.

 

António Pereira

 

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