Rui Coelho Abrantes,
Capitão de Cavalaria, comandante do ECav149
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA
Rui Coelho Abrantes
Capitão de Cavalaria
Comandante do
Esquadrão de Cavalaria
149
«ESQUADRÃO DOS
MORCEGOS»
Angola: 07Jul1961 a
21Mar1962
Cruz de Guerra de 2.ª classe
Louvor Individual e Colectivo
Rui Coelho Abrantes, Capitão de
Cavalaria;
Mobilizado
pelo Regimento de Cavalaria 7 (RC7 –
Ajuda, Lisboa) «QUO TOTA VOCANT» -
«REGIMENTO DO CAIS» para servir
Serviu Portugal na Província
Ultramarina de Angola;
Louvado por feitos em combate no
teatro de operações de Angola,
concedido pelo General
Comandante-Chefe das Forças Armadas
de Angola, publicado no Boletim
Oficial de Angola, n.º 5 - II série,
de 31 de Janeiro de 1962,
e na Ordem de Serviço n.º 14, de 16
de Fevereiro de 1962, do Quartel
General da Região Militar de Angola;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 2.ª classe, pela Portaria
de 7 de Março de 1962, publicada no
Diário do Governo n.º 71, 2.ª série,
de 24 de Março de 1962 e na Ordem do
Exército n.º 7 - 2.ª série, de 1962;
Em Março de 1962, foi substituído
pelo Capitão de Cavalaria Rui dos
Santos Ferreira Fernandes no comando
do Esquadrão de Cavalaria 149
«ESQUADRÃO DOS MORCEGOS»;
O General Comandante da Região Militar de Angola, LOUVA
o ESQUADRÃO DE CAVALARIA N.º 149, porque tendo recebido,
na operação «Viriato», uma missão idêntica à que foi
atribuída a unidades de escalão superior (abertura de
itinerários convergentes em Nambuangongo) conseguiu com
os seus limitados meios e os reforços que lhe puderam
ser fornecidos (1 Pelotão de Reconhecimento, 1 Pelotão
de Engenharia, 1 Pelotão de Caçadores e 1 Secção de
Morteiros 81) alcançar um sucesso digno de maior
admiração, porquanto atingiu Nambuangongo, pelo
itinerário mais longo, apenas com o atraso de 16 horas
sobre a força que aí chegou primeiro, apesar de ter
iniciado as operações dias depois. O espírito de
sacrifício, a fé nos altos desígnios da Nação e a
coragem, acompanharam sempre todo o pessoal do ESQUADRÃO
DE CAVALARIA N.º 149, o que permitiu que esta Unidade
vencesse todas as dificuldades, mormente as lhe foram
opostas pelo adversário, ou se cobrisse de glória
justificando plenamente que “MAIS FAZ QUEM QUER DO QUEM
PODE”.
Não menos brilhante foram as actuações desta Unidade
quando, após um dia de descanso em Nambuangongo, se
lançou sobre QUIPEDRO, distando cerca de 75 Kms., onde
foi estabelecer, no curto prazo de três dias, a ligação
com uma Força de Paraquedistas que ali tinha sido
lançada e que depois rendeu, e a colaboração que
prestou, 15 dias mais tarde, na Operação desencadeada na
PEDRA VERDE, actuando sobre a linha natural de retirada
do inimigo. Em todas estas operações, que se
desenrolaram no período que decorreu entre 25 de Julho e
27 de Setembro, o ESQUADRÃO DE CAVALARIA N.º 149
atravessou regiões infestadas de terroristas sob o
inteiro controle destes, percorreu aproximadamente 1.000
Kms. e desobstruiu e melhorou 400 Kms de itinerários
tornados intransitáveis pela organização rebelde.
O número de baixas sofridas pelo ESQUADRÃO DE CAVALARIA
N.º 149 - 4 mortos e 40 feridos, dos quais 6
irrecuperáveis - é suficientemente expressivo e
constitui o pesado tributo da glória que alcançou.
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Cruz de Guerra de 2.ª classe
Capitão de Cavalaria
RUI COELHO ABRANTES
ECav149 - RC7
ANGOLA
2.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada no
Ordem do Exército n.º 7 – 2.ª série,
de 1962.
Por Portaria de 7 de Março do
corrente ano, publicada no Diário do
Governo n.º 71, 2.ª série, de 24 do
mesmo mês, foi condecorado com a
Cruz de Guerra de 2.ª classe, nos
termos do § 1.º do artigo 10.º, do
Regulamento da Medalha Militar, de
1946, o Capitão de Cavalaria, Rui
Coelho Abrantes, por serviços
prestados em acções de combate na
Província de Angola.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Concedido pelo General
Comandante-Chefe das Forças Armadas
de Angola e publicado no Boletim
Oficial de Angola, n.º 5 - II série,
de 31 de Janeiro de 1962 e Ordem de
Serviço n.º 14, de 16 de Fevereiro
de 1962, do Quartel General da
Região Militar de Angola):
Que o louvor constante da alínea g.
do artigo 2.º da Ordem de Serviço
n.º 2, de 5 de Janeiro de 1962, foi
considerado como sendo conferido
pelo Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Angola, com a seguinte
redacção:
Louvado o Capitão de Cavalaria, Rui
Coelho Abrantes, Comandante do
Esquadrão de Cavalaria n.º 149,
porque no período que decorreu de
fins de Julho a fins de Agosto do
ano passado, mercê do seu elevado
moral, sangue-frio, audácia,
energia, espírito de iniciativa e
muita competência profissional
conseguiu, com os reduzidos meios de
que dispunha, surpreender o inimigo
batendo-o em todas as acções de
combate em que este se lhe opôs e
conseguindo manter um ritmo de
progressão em direcção a
Nambuangongo e Quipedro
excepcionalmente rápido,
circunstância que só foi possível
verificar-se devido ao espírito que,
como verdadeiro chefe militar, soube
incutir à sua Unidade.
Depois de se ter instalado em
Quipedro, atingida em condições
particularmente difíceis e à custa
de um esforço extenuante e
ininterrupto, não obstante as
precárias condições de vida e
depauperamento da sua Unidade, deu
início imediato ao desempenho de
nova missão recebida, não hesitando
em orientar o seu esforço para o
Sul, em direcção à Pedra Verde,
através duma dificílima região
fortemente defendida pelo inimigo
que procurou opor-se-lhe por todos
os meios, tendo atravessado o Rio
Lué com auxílio exclusivamente de
meios de fortuna que judiciosamente
utilizou, contribuindo, assim, pela
sua acção, de forma notável para o
bom êxito da operação que se
desenrolava naquela região.
Luanda, aos 24 de Janeiro de 1962
O Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Angola. - Venâncio
Deslandes.
Partida do NTT "Vera Cruz" com
destino à Província Ultramarina de
Angola e de um outro com destino à
Província Ultramarina da Guiné (Diário
de Lisboa, n.º 13843, de 28Jun1961):