Exmo. Senhor
Dr. Gonçalo Rocha, Presidente da Câmara Municipal de
Castelo de Paiva.
Exmos.
Senhores Vereadores da Câmara Municipal de Castelo de
Paiva
Exmos.
Senhores Presidentes de juntas de Freguesias de Castelo
de Paiva ou seus representantes.
Exmo. Senhor
Padre Dr. Joaquim Soares.
Exmo. Senhor
General Maia, representante da Cruz Vermelha Portuguesa.
Exmo. Senhor
General Andrade, representante da Liga dos Combatentes
Exmo. Senhor
Representante da Associação dos Prisioneiro de Guerra.
Exmo. Senhor
Presidente da Associação de vila do Conde.
Exmo. Senhor
representante da Associação dos Deficientes das Forças
Armadas.
Exmo. Senhor
Vice Presidente da Associação Comercial de Castelo de
Paiva.
Exmo. Senhor
Subchefe da GNR e seus Militares
Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia Geral.
Exmo. Senhor
Presidente do Conselho Fiscal da ACUP.
Exmos
Representantes da Comunicação Social;
Exmo. Senhor
Presidente dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva
Exmo. Senhor
Comandante dos Bombeiros Voluntários de castelo de Paiva
Exmos
Elementos da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de
Castelo de Paiva
Excelentíssimos Órgãos
Sociais, caros Associados da ACUP;
Minhas senhoras e meus
senhores.
Apresentamos a
Vossas Excelências, os nossos sinceros e respeitosos
cumprimentos, agradecendo desde já a honra da Vossa
presença nas comemorações de mais um aniversário desta
Associação.
É com imensa
honra, satisfação e emoção que estamos aqui para nos
associarmos ao décimo terceiro aniversário do Monumento
erigido aos combatentes falecidos no ultramar e ao
décimo primeiro aniversário da Associação dos
Combatentes do Ultramar Português, “ACUP”.

Este lugar
onde nos encontramos é, o local ideal para em conjunto,
podermos prestar sentida, mas orgulhosa homenagem aos 27
paivenses que tombaram na guerra colonial, ao serviço da
sua Pátria, no cumprimento do seu dever. Para eles, os
verdadeiros heróis da guerra, o nosso eterno
agradecimento e a certeza absoluta de que jamais serão
esquecidos pelo concelho que os viu nascer, crescer e os
tomou à sua guarda, após falecimento tão rude e precoce.
E às famílias enlutadas que não esquecerão no tempo a
perda irreparável dos seus entes queridos, o nosso
sincero apreço, admiração, coragem e a nossa inteira
disponibilidade para ajudarmos em tudo que podermos e
estiver ao nosso alcance.
Estamos aqui,
meus amigos, para mais uma vez, darmos o testemunho de
uma guerra que separou famílias, provocou inquietações,
dor, sofrimento, originou um número incalculável de
deficientes físicos, psicológicos, mentais, ceifou a
vida a milhares de jovens portugueses que foram para a
guerra sem saberem a razão e que o destino não quis que
regressassem vivos às suas famílias.
Parece que a
guerra do ultramar está esquecida no tempo, é tempo
passado, lembrada aqui e ali, mas com pouco significado,
sobretudo nas gerações mais jovens. Mas para as famílias
que a viveram de perto, sentiram o sofrimento, a
angústia de ver seus filhos partirem sem terem a certeza
de que regressariam e muitos nunca regressaram, esses,
continuam a sentir essa guerra bem presente nas suas
vidas e nada as fará esquecer os momentos difíceis,
angustiantes por que passaram.
E muito atual
continua a ser o sofrimento porque passam os
ex-combatentes do ultramar com sofrimento pós
traumático, causado pelas vivências dessa guerra cruel,
fria e desumana que lhes provocou doenças do foro
físico, psicológico, mental, abandono familiar em muitos
casos, exclusão social.
E a nossa
Associação foi criada para não deixar esquecer todos
aqueles que, de uma forma ou de outra, viveram e
sentiram no corpo e na alma as agruras dessa guerra tão
injusta e tão injustificada e só tem sentido de existir
por contribuir ativamente, quer a nível local, regional,
quer a nível nacional, no apoio a famílias de
ex-combatentes em dificuldades, quer no apoio
incondicional a todos os ex-militares em condição de
“Sem Abrigo”. Durante estes anos de existência da ACUP,
os seus diretores e demais colaboradores, têm
desempenhado um papel ativo na ajuda incondicional de
todos aqueles que nos procuram e a todos aqueles que
sinalizamos, acompanhamos, promovemos cuidados de saúde,
integração social, bem-estar, dignidade pessoal. É um
trabalho árduo, com certeza, uma luta constante contra o
tempo, contra as barreiras que continuamente se nos
deparam, uma luta tenaz contra as burocracias
governamentais, mas uma luta que vale a pena travar,
apostar, quando do outro lado sabemos estarem seres
humanos, que como nós, um dia foram à guerra e, sem
culpa própria, voltaram diferentes. Enquanto houver em
Portugal, um ex-combatente da guerra colonial a precisar
de ajuda, enquanto houver famílias em sofrimento pela
perda dos seus entes queridos, enquanto o Estado não
fizer o justo reconhecimento de todos os militares
portugueses, enquanto o governo não proporcionar as
condições para o apoio àqueles que vivem em
dificuldades, não desistiremos da nossa luta.
Em nome da
ACUP, quero enviar daqui uma saudação e um agradecimento
muito especial ao senhor Amadeu Silva e seus colegas que
se deslocaram de Lisboa para estarem aqui connosco nas
comemorações do décimo primeiro aniversário da
Associação ACUP e homenagear os militares falecidos em
combate.
Aos familiares
e amigos do José Vieira Martins, da freguesia de Raiva,
está aqui presente o seu amigo, ex-furriel, chefe de
secção, assim como outros colegas que com ele
partilharam os momentos de guerra e o viram tombar, sem
nada poderem fazer por ele. Passados 45 anos, não o
esqueceram e aqui estão eles para lhe prestarem
homenagem sentida. A todos vós, o nosso sentido
agradecimento pela Vossa presença aqui em Castelo de
Paiva, ato que considero de reconhecimento e apreço por
todos aqueles que privaram de muito perto a guerra
colonial.
E para
terminar, um obrigado a todos os que aqui estão
presentes, saudações especiais às famílias dos militares
paivenses falecidos no ultramar e a todos aqueles que de
uma forma e de outra, têm apoiado a nossa Associação.
Obrigado a
todos pela vossa presença.
Viva os
Combatentes
Viva Portugal