Imposição de
Condecorações a ex- Combatentes do
Ultramar


Medalha Comemorativa das
Campanhas e Comissões de Serviços
Especiais
Cerimónias de
Imposição de Condecorações a ex-
Combatentes do Ultramar
19Abr2017: Escola de
Sargentos do Exército (Caldas da Rainha)
Fonte: "Jornal
das Caldas"
A
Escola de Sargentos do Exército (ESE), nas Caldas da
Rainha, foi palco, no passado dia 19, de uma cerimónia
de entrega de medalhas a ex-militares que participaram
nas campanhas em África nos anos 60 e 70 do século
passado. Estiveram presentes na cerimónia 17 antigos
combatentes no Ultramar, que ouviram o comandante da
ESE, coronel Lino Gonçalves, manifestar tratar-se de “um
tributo merecido que prestamos a camaradas que serviram
a pátria”.
26-04-2017 | Francisco Gomes
Ex-militares condecorados

De acordo com o responsável, por despacho do Chefe do
Estado-Maior do Exército foi determinado que as
condecorações devem ser entregues numa cerimónia, o que
tem vindo a acontecer nos últimos anos. Desta vez os
ex-combatentes eram oriundos de Caldas da Rainha,
Alcobaça e Rio Maior.

A cerimónia constituiu assim “uma lição profissional e
de vida, e uma passagem de testemunho às gerações mais
novas, a quem hoje cabe defender a pátria e lutar pela
sua liberdade e independência”, em especial ao 45º Curso
de Formação de Sargentos do Quadro Permanente e também
ao 1º Curso de Formação de Sargentos em Regime de
Voluntariado e de Contrato 2017, cujos alunos vão jurar
bandeira no dia 5 de maio.
Lino Gonçalves afirmou que os homenageados “abdicaram do
conforto dos seus lares e da companhia dos entes
queridos para servir a pátria que juraram defender mesmo
com o sacrifício da própria vida”. A medalha certifica o
“muito apreço do Exército pelo seu contributo às
campanhas levadas a cabo pelas Forças Armadas”.
As condecorações foram entregues pelo comandante da ESE,
pelo segundo comandante, tenente-coronel Justino
Barbosa, pelos responsáveis dos núcleos da Liga dos
Combatentes presentes (presidente nas Caldas da Rainha,
major na reserva Afonso Maia Alves, vice-presidente em
Alcobaça, major Mário Marques, e presidente em Rio
Maior, sargento-ajudante na reserva, José Carlos
Santos).
O evento iniciou-se com uma cerimónia de boas vindas, no
auditório da ESE, seguindo-se uma visita às instalações,
missa na capela, entrega das condecorações com desfile
das forças em parada, terminando com um almoço convívio.
Condecorados:
Furriel miliciano Jorge da Conceição Feliciano, Guiné
1966-68
Furriel miliciano João José Trindade Zeferino, Guiné
1970-71
Furriel miliciano Carlos Feliciano Marques, Angola
1970-72
Furriel miliciano Antero Queirós Capelo, Angola 1972-74
1º cabo José Faustino Lorvão, Angola 1961-63
1º cabo Armando Figueiredo Narciso, Angola 1967-69
1º cabo Emídio Casimiro Lucas, Guiné 1972-74
1º cabo Fernando Duarte Rodrigues Valadas, Angola
1972-74
Soldado Silvino Coelho Bajouco, Angola 1960-62
Soldado Artur dos Santos Ribeiro, Angola 1961-63
Soldado Luís Conceição Piedade, Guiné 1964-66
Soldado Albino dos Santos Valentim, Angola 1965-67
Soldado José Fernando dos Santos Sousa, Guiné1966-68
Soldado Manuel Delgado da Silva, Angola 1968-70
Soldado Joaquim dos Santos Costa, Angola 1969-71
Soldado Joaquim Elias Trindade Batista, Guiné 1970-72
Soldado António Tiago Gomes Batista, Angola 1970-72

Emídio Casimiro Lucas, 65 anos, Guiné 1972-74
Foi vendedor da Frami, nas Caldas da Rainha
“Morreram cinco pessoas na minha companhia”
Estávamos numa zona bastante operacional no norte da
Guiné, que fazia fronteira com o Senegal e onde os
grupos entravam e a guerra estava bastante quente.
Eu fazia parte da formação. Morreram cinco pessoas na
minha companhia em emboscadas.
Recebo esta medalha com emoção. Toca-nos, ficamos
sensibilizados com esta condecoração e é um momento de
alegria.

Joaquim Elias Batista, 68 anos, Guiné 1970-72
É de Acipreste, Alcobaça, e foi agente numa empresa
de segurança
“Sinto-me muito orgulhoso em receber esta medalha”
O quartel em Bula foi atingido por obuses. Quando éramos
atacados pensávamos duas vezes na vida.
Sinto-me muito orgulhoso em receber esta medalha. É
justo, apesar de tantos anos é sempre bem vindo, mas não
estava à espera.

Manuel Delgado da Silva, 68 anos, Angola 1968-70,
É de Alcobaça, foi padeiro e motorista de pesados”
“Fomos esquecidos durante alguns anos”
“Sinto-me honrado porque é um reconhecimento do Estado,
depois de alguns anos em que fomos esquecidos.
Não tive sobressaltos em São Salvador do Congo. Era
atirador mas depois fui padeiro da companhia.
Tivemos duas baixas mas por acidente no rio e outro por
falta de assistência médica devido a doença.