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Medalha

Imposição de Condecorações a ex- Combatentes do Ultramar

 

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Medalha Comemorativa das Campanhas e Comissões de Serviços Especiais

 

 

Cerimónias de Imposição de Condecorações a ex- Combatentes do Ultramar

 

 

25Mar2015: Escola de Sargentos do Exército (Caldas da Rainha)

 

Fonte: "Jornal das Caldas"

 

Ex-combatentes no Ultramar nos anos 60 e 70 recebem medalhas

 

Dezassete ex-militares que residem na região e que combateram no Ultramar nos anos 60 e 70 do século passado receberam condecorações no dia 25 de março na Escola de Sargentos do Exército (ESE), nas Caldas da Rainha, mais de 40 anos depois de terminadas as suas missões.

 

Cerimónia de imposição de condecorações

 

A cerimónia foi presidida pelo comandante da ESE, coronel Monteiro Sardinha, que começou por receber os ex-combatentes e respetivos familiares, seguindo-se uma visita às instalações e missa na capela da ESE.

 

Chegou então a altura da formatura na parada, para a imposição de condecorações, tendo o comandante, na sua alocução, salientado “o justo reconhecimento do Exército àqueles que, saindo dos seus lares, foram combater ao serviço da Pátria que os viu nascer e que, de uma forma exemplar, cumpriram a missão que lhes foi atribuída”, referindo ainda “o exemplo que constitui para as gerações mais novas”.

 

Seguiu-se um almoço convívio no refeitório militar.

 

Os condecorados

 

Foram condecorados com a “Medalha Comemorativa das Campanhas” os seguintes ex-militares:

 

2.º Sargento Miliciano José Lourenço Saraiva Salvado - Guiné 1967/69

2.º Sargento Miliciano António Miguel Simões Lopes Curto - Angola 1972/74

Furriel Miliciano António José Camarinha Mora – Moçambique 1969/71

Furriel Miliciano Rui Pereira dos Santos – Moçambique 1968/70

Furriel Miliciano António Francisco dos Santos Janeiro – Angola 1973/75

1.º Cabo Mário de Jesus Santos Santiago – Angola 1963-66

1.º Cabo Henrique Pereira da Silva – Angola 1965/68

1.º Cabo António Luís Bernardino – Moçambique 1968/70

1.º Cabo Fernando Alberto Pereira de Carvalho – Angola 1971/73

1.º Cabo Joel Viola Pacheco – Guiné 1972/74

Soldado Joaquim Romão Henriques – Guiné 1961/63

Soldado José da Silva Carvalho – Moçambique 1968/70

Soldado Manuel Maximiano Ferreira – Moçambique 1968/70

Soldado José Antunes da Silva Campos – Angola 1971/73

Soldado Avelino Lourenço Paulo – Moçambique 1971/74

Soldado Amadeu José Rodrigues da Silva Ferreira – Angola 1972/74

Soldado Diamantino Carreira Pereira da Cruz – Angola 1973/75

 

 

Furriel Miliciano António Francisco dos Santos Janeiro – Angola 1973/75

“Recebo esta distinção com alguma emoção. É um justo reconhecimento e o mínimo que podia ser feito. Vem à memória muita coisa. Fisicamente não sofri nada, mas passei quatro anos de stress pós-traumático, com problemas de tabagismo e alcoolismo que consegui ultrapassar, mas as mazelas dos traumas ficam até aos dias de hoje. Era atirador com o curso de minas e armadilhas. Vi camaradas serem feridos em combate, felizmente que não tivemos mortos na companhia. Temos almoços de confraternização e tenho estado presente em outros eventos de ex-combatentes. Há uma união, mesmo não nos conhecendo. Tenho 63 anos, resido nas Caldas e fui economista nas Faianças Bordalo Pinheiro”.

 

2.º Sargento Miliciano António Miguel Simões Lopes Curto - Angola 1972/74

“Esta distinção tem o seu quê. Porque foi atribuída há 40 anos e é vergonhoso que só agora a entreguem, porque quando foi concedida disseram-me que a tinha de comprar para a receber. Vi agora um movimento no Facebook sobre estas coisas e perguntei como fazer para receber. O nosso governo faz muito mal aos combatentes. Há muita gente a passar fome e não há preocupação e isso revolta. Era enfermeiro em Cabinda e tinha uma área geográfica grande. Estive debaixo de fogo pesado mas não sofri nada, só que dois pelotões da minha companhia sofreram um ataque e tivemos cinco mortos. Não tenho stress de guerra, porque falo disto à vontade, mas o reviver certas coisas mexe connosco. Tenho 64 anos e não segui a carreira. Estive 23 anos no tribunal de Coimbra. Comecei como escriturário e acabei como escrivão. Fui promovido a secretário de justiça e passei para o tribunal de trabalho das Caldas da Rainha até me aposentar em 2005”

 

Furriel Miliciano Rui Pereira dos Santos – Moçambique 1968/70

“Achei a distinção positiva, mas foi atrasada no tempo. A concessão foi atribuída a 16 de abril de 1970 pelo general comandante da região militar de Moçambique, só que não foi recebida. Criaram depois um requerimento para ser atribuída. Estou muito emocionado porque tinha direito e parece que não me queriam dá-la, mas fiquei muito honrado. Fui enfermeiro do hospital militar territorial nº 2031, na Beira. Em dois anos, só uma vez fui à morgue, porque chegaram vítimas estropiadas num acidente. O resto eram pessoas com paludismo, malária, tuberculose e hepatite. De stress nunca me queixei, mas há coisas de que não me esqueço, com um ferido que teve de ficar sem perna na sala de operações. Quando regressei, deixei a enfermagem e passei para a área da química e até voltei a Moçambique, onde fui gerente de uma empresa de detergentes e inseticidas. Em Portugal ainda sou vendedor de produtos plásticos, apesar de ter 70 anos. Resido em Santa Catarina, nas Caldas da Rainha”.

Francisco Gomes

 

 

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