"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
 |
HONRA E GLÓRIA
e
nota de óbito |
Elementos cedidos pelo
PQ
Pedro Castanheira |
Faleceu no dia 7 de Setembro de
2022 o veterano
Argentino Urbano Seixas
Coronel de Infantaria Para-Quedista
na situação de reforma
Titular do brevet n.º 201

Moçambique: 01Mai1966 a 04Jul1968
Comandante do
Batalhão de Caçadores Para-quedistas
31
«HONRA-SE A PÁTRIA DE
TAL GENTE»
3.ª Região Aérea
«LEALDADE E CONFIANÇA»
Angola: 10Jul1970 a 04Ago1975
Comandante do
Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 21
«GENTE OUSADA MAIS
QUE QUANTAS»
Comando da Região
Aérea n.º 2
«FIDELIDADE E
GRANDEZA»
Comandante interino
do
Sector Militar de
Uíge
Chefe
do
Gabinete de Forças
Auxiliares
Quartel-General das
Forças Armadas de Angola
Medalha de Prata de Valor Militar
com Palma
Medalha de Ouro de Serviços
Distintos com Palma
Medalha de Prata de Serviços
Distintos com Palma
Insígnia da Medalha de Cruz de
Guerra de 1.ª classe (colectiva)
Insígnia da Medalha de Ouro de Valor
Militar com Palma (colectiva)
Medalha de Mérito Militar de 3.ª
classe
Medalha de Prata de Comportamento
Exemplar
Medalha de Campanhas e Comissões
Especiais das Forças Armadas
Portuguesas
Medalha do Pacificador do Exército
Brasileiro

Argentino Urbano Seixas, Coronel de
Infantaria Para-quedista, nascido no
dia 30 de Julho de 1970, na
freguesia de Santa Maria, concelho
de Bragança;
Em
24 de Outubro de 1949, incorporado
como voluntário na Escola do
Exército (EE) «DULCE ET
DECORUM
EST PRO PATRIA MORI»;
Em 01 de Agosto de 1953, sendo
Aspirante-a-Oficial da Escola
Prática de Infantaria (EPI - Mafra)
«AD UNUM» foi promovido a Alferes,
com a antiguidade a contar do dia 01
de Novembro de
1953;
Em 17 de Outubro de 1953, colocado
no Batalhão de Caçadores 10 (BC10 –
Chaves) «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS»;
Em
28 de Fevereiro de 1954, colocado no
Regimento de Infantaria 12
(RI12-Coimbra) «FIRMES COMO ROCHAS»;
Em 03 de Maio de 1955, colocado no
Regimento de Infantaria 10 (RI10 -
Aveiro)
«SENTINELA DO VOUGA»;
Em 01 de Dezembro de 1955, promovido
a Tenente;
De Janeiro a Outubro de 1956,
frequenta, no Brasil, com o
Alferes
Sigfredo
Ventura da Costa Campos,
o curso de
para-quedismo
e
outros cursos técnicos
aeroterrestres incluindo os cursos
de mestre de salto e precursor
aeroterrestre, com vista à
implantação nas tropas
para-quedistas;
Em
finais de Outubro de 1956 regressa a
Portugal e fica integrado no quadro
orgânico de oficiais para-quedistas
do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas (BCP – Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM»;
Em Novembro de 1956, agraciado com a
Medalha do Pacificador do Exército
Brasileiro;

Em 01 de Dezembro de 1957 promovido
a Capitão;
De 01 de Março de 1961 a 09 de Junho
de 1962, colocado na Base Aérea n.º
1 (BA1 – Sintra) «SABER PARA BEM
SERVIR»;
Em
1961, agraciado com a Medalha Mérito
Militar de 3.ª classe;

Em
09 de Junho de 1962, regressa
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
(BCP – Tancos) «QUE NUNCA POR
VENCIDOS SE CONHEÇAM»;
Em 05 de Dezembro de 1962 promovido
a Major;
Em 01 de Dezembro de 1964 promovido
a Tenente-Coronel;
Em 30 de Abril de 1966, nomeado para
servir
Portugal
na Província Ultramarina de
Moçambique, embarca no Aeroporto de
Lisboa, como comandante do Batalhão
de Caçadores Para-Quedistas 31
(BCP31 – Beira) «HONRA-SE A PÁTRIA
DE TAL GENTE» da 3.ª Região Aérea
(3ªRA) «LEALDADE E CONFIANÇA», rumo
ao
Aeroporto de Lourenço Marques, onde
desembarcou no dia 1 de Maio de
1966;
Em 04 de Julho de 1968, embarcou no
aeroporto da Beira de regressa à
Metrópole e fica colocado no
Regimento de Caçadores
Para-Quedistas (RCP – Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM»;
Pela Portaria de 10 de Fevereiro de
1969, agraciado com a Medalha de
Prata de Valor Militar com palma,
publicado na Ordem Aeronáutica n.º 6
– 2.ª série, de 28 de Fevereiro de
1969 e na Ordem e Serviço de 31 de
Março de 1969, do Batalhão de
Caçadores Para-Quedistas n.º 31:
Tenente-Coronel
Para-quedista
ARGENTINO URBANO SEIXAS
Medalha de Prata de Valor Militar
com Palma
Por portaria de 10 de Fevereiro
de 1969
Consideração como dado pelo
Secretário de Estado da Aeronáutica
o louvor concedido ao
Tenente-Coronel Para-quedista
Argentino Urbano Seixas, do Batalhão
de Caçadores Para-quedistas n.º 31,
publicado na Ordem de Serviço n.º
110, de 12 de Setembro de 1968, do
Comando da Região Aérea, com a
seguinte redacção:
Louvo o tenente-coronel
Para-quedista Argentino Urbano
Seixas, do Batalhão de Caçadores
Para-quedistas n.º 31, porque
durante cerca de dois anos em que
prestou serviço na 3.ª Região Aérea
como comandante daquela Unidade,
demonstrou cabalmente as mais
elevadas virtudes militares e
morais.
Dotado do melhor espírito de missão,
dinâmico, optimista, impulsionador e
estimulador das tropas de si
dependentes, revelou-se um brilhante
chefe e um excepcional colaborador
das tropas terrestres, a cujo
serviço pôs o melhor dos seus
conhecimentos profissionais.
Oficial sensato e firme, profundo
conhecedor do tipo de guerra que
enfrentamos, contribuiu de maneira
notória para o planeamento e êxito
de muitas operações.
Militar de notável inteligência,
alia a esta qualidade a especial
intuição dos chefes, que, sem
esforço aparente, conseguem o máximo
do seu pessoal e dele granjeiam o
melhor respeito e admiração.
Durante a actuação, em combate, das
tropas do Batalhão de Caçadores
Para-quedistas n.º 31, esteve muitas
vezes presente e comandou-as,
patenteando invulgares qualidades de
comando e de chefia, que se
traduziram sempre num rendimento
operacional.
Os resultados obtidos nas numerosas
operações tácticas realizadas, as
mais diversas de batida, de
emboscada e de golpe-de-mão, foram
notáveis pelo número de baixas
produzidas ao inimigo e pela grande
quantidade de material moderno
capturado, com um número mínimo de
perdas dos seus Para-quedistas,
atestando estes resultados o nível
de excepcional eficiência a que
elevou a sua unidade, o que é tanto
mais de realçar quanto eram
deficientes as condições de vida e
de repouso, tudo isto exigindo do
seu comandante toda a energia, o mis
belo exemplo de sacrifício
compartilhando as mesmas
vicissitudes dos seus homens, e uma
salutar perseverança capaz de
inspirar homens de rija têmpera aos
mais extraordinários cometimentos,
apesar do ambiente existente e das
vivências sofridas.
E, no intervalo das operações, os
seus homens, duramente
experimentados, com o sacrifício das
horas destinadas à sua recuperação e
descanso, espontaneamente ajudaram a
construir e a embelezar o seu
quartel com um zelo e um carinho
próprios de quem vive a luta por uma
pátria engrandecida, ao mesmo tempo
que construíram as organizações
defensivas do aeroporto e da Base
Aérea n.º 10, cuja defesa próxima
lhes estava cometida.
Estes factos, relevantes de uma
sólida formação militar, atestam com
nitidez o alto conceito em que é
tida a sua competência profissional.
Atento à disciplina do seu pessoal,
foi sempre oportuno na prevenção ou
repressão de qualquer falta e em
distinguir e enaltecer os méritos do
mesmo, a cujo bem-estar se dedicou
com preocupação e cuidado
inexcedíveis, tendo conseguido com
desvelado zelo e perícia melhorar as
difíceis condições de vida com que
inicialmente a sua unidade lutou
aquando da sua instalação, que à sua
direcção e estímulo se fica a dever.
Deste modo se alcandorou o seu
batalhão a um lugar cimeiro na 3.ª
Região Aérea, que muito se orgulha
de ter tido nos seus quadros o
tenente-coronel Seixas.
Extremamente leal e pundonoroso, com
excepcionais qualidades de trabalho,
é dotado de elevado espírito de
sacrifício e permanentemente
desejoso de servir mais e melhor em
prol da sua unidade.
Desenvolveu ainda assinaláveis
esforços para a consecução de uma
vivência do melhor espírito entre as
tropas Para-quedistas e a população
civil, procurando criar um
conhecimento e entendimento
perfeitos entre os seus elementos.
Neste aspecto particular,
destacam-se os seus esforços para o
lançamento e efetivação dos cursos
de Para-quedismo civil, que muito
têm contribuído para essa vida de
relação amigável e de uma melhor
compreensão entre todos os sectores
sociais.
Assim, a acção do tenente-coronel
Para-quedista Argentino Urbano
Seixas, de elevado interesse
operacional, algumas vezes com grave
risco da sua própria vida, situa-se
muito para além do campo do dever, o
que honra não só as tropas
Para-quedistas, mas também a Força
Aérea, pelo que se consideram
extraordinários e de elevado valor
militar os serviços prestados.
Em
09 de Julho de 1969, concedido o
direito ao uso da insígnia da
Condecoração Colectiva da Cruz de
Guerra de 1.ª classe,
concedida ao
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
n.º 31, pelo Decreto n.º
49109,
publicado no Diário do Governo n.º
159/1969 – Série I;
Em 1969, agraciado com a Medalha de
Prata de Comportamento Exemplar;
No dia 9 de Julho de 1970, embarcou
no Aeroporto de Lisboa com destino
ao aeroporto de Luanda, na Província
Ultramarina de Angola, onde
desembarcou no dia 10 de Julho de
1970;
No
dia 20 de Agosto de 1970, assume o
comando do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 21 (BCP21
–
Luanda) «GENTE OUSADA MAIS QUE
QUANTAS» do Comando da Região Aérea
n.º 2 (ComRA2) «FIDELIDADE E
GRANDEZA»;

Em 01 de Janeiro de 1971 promovido a
Coronel;
Em 20 de Setembro de 1972, é nomeado
comandante
interino
do Sector Militar de Uíge;
Em 28 de Fevereiro de 1973, pela
Ordem à Aeronáutica n.º 6 - 2.ª
série e Ordem de Serviço n.º 57/74
de 9 de Março de 1974, concedido
direito ao
uso
da insígnia da Condecoração
Colectiva da Medalha de Ouro de
Valor Militar com Palma,
concedida ao
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
21.
Em Julho de 1973, agraciado com a
Medalha da Ordem Militar de Avis,
grau de comendador;
Em Setembro de 1973, é convidado
para chefiar o Gabinete de Forças
Auxiliares (militares nativos),
integrado no Quartel-General das
Forças Armadas de Angola;
Em 24 de Abril de 1974, agraciado
com a Medalha de Ouro de Serviços
Distintos com palma, publicado no
Diário do Governo n.º 96 – 2.ª
série:
Coronel
Para-quedista
ARGENTINO URBANO SEIXAS
Medalha de Ouro de Serviços
Distintos com Palma
“Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro da Defesa
Nacional, louvar, por proposta do
chefe do Estado-Maior-General das
Forças Armadas, o Coronel
Para-quedista Argentino Urbano
Seixas, porque no decorrer da
comissão de serviço como comandante
do Batalhão de Caçadores
Para-quedistas n.º 21 demonstrou
possuir elevados dotes de carácter,
dinamismo e dedicação e incutiu em
todos os seus subordinados fortes
espírito de cumprimento de missão,
quaisquer que fossem os riscos ou
dificuldades, evidenciando-se sempre
como um bom condutor de homens e
possuidor de elevadas virtudes
militares.
De salientar também a prestimosa
acção que desenvolveu nos sectores
mais afectados do teatro de
operações de Angola, fazendo-se
incidir sobre os grupos inimigos
infiltrados em território nacional,
intercetando-os e vibrando-lhes
duros golpes, traduzidos em
importantes perdas e aniquilamento
ou redução da sua capacidade
ofensiva e de expansão.
Por todas as qualidades referidas e
ainda pela pronta colaboração que
sempre ofereceu aos seus chefes, o
coronel Urbano Seixas não só
conquistou o respeito e a estima de
todos os que com ele privaram, mas
também ganhou jus a ser apontado
como exemplo da compreensão do dever
militar e da disciplina, devendo os
serviços que prestou na 2ª Região
Aérea ser considerados muito
distintos e relevantes.”

Em
Março de 1975, agraciado com a
Medalha de Campanhas e Comissões
Especiais das Forças Armadas
Portuguesas;
Em 04 de Agosto de 1975 regressa à
Metrópole e fica colocado no
Estado-Maior da Força Aérea (EMFA)
«EX MERO MOTU»;
Em 23 de Dezembro de 1976, por
despacho do Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas (CEMGFA),
agraciado com a Medalha de Prata de
Serviços Distintos com palma:
Coronel
Para-quedista
ARGENTINO URBANO SEIXAS
Medalha de Prata de Serviços
Distintos com Palma
Louvado, pelo Chefe de Estado Maior
General das Forças Armadas, pela
forma distinta e muito eficiente
como chefiou durante mais de dois
anos o Gabinete das Forças
Auxiliares do Quartel-General das
Forças Angola.
De carácter íntegro, confirmando uma
vez mais as suas qualidades de
chefia e dinamismo, orientou e
realizou estudos ajustados tendo em
vista a criação e manutenção, com
alto nível de operacionalidade e de
coesão, de um excelente Corpo de
Forças que muito contribuiu para a
execução das tarefas decorrentes da
missão de contra-subversão das
Forças Armadas Portuguesas.
Deslocando-se amiudadas vezes pelo
território, foi, em permanência, o
orientador e conselheiro sensato e
firme na resolução de muitos
problemas do pessoal da sua
responsabilidade, quer dos elementos
militarizados, quer dos seus
familiares, num espírito de
cooperação e ajuda, de que que muito
beneficiou o elevado nível de
rendimento dessas forças.
Pelas qualidades demonstradas e
ainda pelo entusiasmo e imperativo
de lealdade com que tão bem se
conduziu, o Coronel Seixas tornou-se
merecedor de que os serviços que
prestou no Teatro de Operações de
Angola, no Quartel-General do
Comando Chefe das Forças Armadas de
Angola sejam considerados
extraordinários, relevantes e
distintos.
NOTA: Chefe de Gabinete das Forças
Auxiliares de Angola no período de
janeiro de 1973 a agosto de 1975.
Faleceu no dia 7 de Setembro de 2022
Paz à sua Alma
