"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom
que para preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Foto e
infos cedidas pelo
veterano
Joaquim Carlos Fortunato |
Fuzilado, em Outubro
de 1974, em Bissorã, pelo PAIGC

Calaboche
Tchudá
Soldado de Infantaria, n.º 82077269
Companhia de Caçadores
13
«OS LEÕES NEGROS»
«CONDUTA BRAVA EM TUDO
DISTINTA»
Comando Territorial Independente da
Guiné
«A LEI DA VIDA ETERNA DILATANDO»
«CORAGEM E LEALDADE»
Cruz de Guerra de 4.ª
classe
Louvor Individual
Prémio Governador da
Guiné
Calaboche Tchudá, de etnia balanta,
natural da freguesia de Pecuária,
concelho de São José distrito de
Bissorã;
Em
1969 incorporado pelo Comando
Territorial Independente da Guiné
(CTIG) «A LEI DA VIDA ETERNA
DILATANDO»
- «CORAGEM E LEALDADE» sob o número
mecanográfico 82077269 como Soldado
de Infantaria e colocado no 4.º
pelotão da Companhia de Caçadores 13
(CCac13)
«OS LEÕES NEGROS» - «CONDUTA BRAVA
EM TUDO
DISTINTA» daquele Comando Territorial
aquartelada em Bissorã;
Louvado por feitos
em combate no teatro de operações
da
Guiné, por despacho do Brigadeiro
Comandante Militar, de 12 de Março
de 1971, publicado na Ordem de
Serviço n.º 12, de 25 de Março de
1971, do Quartel General do Comando
Territorial
Independente
da Guiné;
Distinguido com o
Prémio Governador da Guiné,
publicado no Jornal do Exército n.º
142, página 52, de Outubro de 1971;
Agraciado com a
Cruz de Guerra de 4.ª classe, por
despacho do
Comandante-Chefe das Forças Armadas
da Guiné, de 1 de Novembro de 1971,
publicado na Ordem do Exército n.º 3
- 3.ª série, de 1972;
Em Outubro de 1974
«quando se dirigia para a Escola de
Nhacra onde dava aulas como
professor, o PAIGC apanhou-o no
caminho para a escola, amarrou-o a
uma árvore e fuzilou-o».
Paz à sua Alma

Clique na imagem que se segue para
visualização da continuação do
texto:

Cruz de Guerra de 4.ª classe
Soldado
de Infantaria, n.º
82077269
CALABOCHE TCHUDÁ
CCac13 -
CTIG
GUINÉ
4.ª
CLASSE
Transcrição do Despacho
publicado na Ordem do
Exército n.º 3 -
3.ª série, de 1972.
Agraciado
com a Cruz de Guerra de
4.ª classe, nos termos
do art.º 12.º do
Regulamento da Medalha
Militar, promulgado pelo
Decreto n.º 35 667, de
28 de Maio de 1946, por
despacho do
Comandante-Chefe das
Forças Armadas da Guiné,
de 1 de Novembro de
1971, o
Soldado
n.º 82077269, Calaboche
Tchudá, da Companhia de
Caçadores n.º 13, do
Comando Territorial
Independente da Guiné.
Transcrição do louvor
que originou a
condecoração.
(Publicado na Ordem de
Serviço n.º 12,
de 25 de Março de 1971,
do Quartel General do
Comando Territorial
Independente da Guiné):
Que, por
seu despacho de 12 de
Março de 1971, o
Brigadeiro Comandante
Militar louvou o Soldado
n.º 82077269, Calaboche
Tchudá, da Companhia de
Caçadores 13 (CCac13)
[integrada no
dispositivo e manobra
do] Batalhão de
Cavalaria 2927
(BCav2927), porque ao
longo de vinte meses de
comissão, sempre se
revelou um militar
disciplinado e cumpridor
dos seus deveres.
Sendo apontador de
lança-granadas foguete,
utilizou sempre a sua
arma com a maior perícia
e eficiência nas várias
situações de combate em
que o Grupo de que faz
parte se tem encontrado,
especialmente quando o
inimigo, pela sua
superioridade de fogos,
tem colocado os seus
camaradas em situações
difícies. Nessas
ocasiões, o Soldado
Calaboche tem ocorrido
sempre aos locais mais
batidos pelo tiro
inimigo, levando a sua
arma e com mais algumas
granadas que entretanto
por vezes consegue
recolher, indiferente ao
perigo, com serena
energia e coragem, bate
com extraordinária
precisão as posições do
inimigo e incita os seus
camaradas que,
galvanizados, se lançam
ao ataque, obrigando
muitas vezes o
adversário a retirar
precipitadamente.
De salientar a sua
actuação na operação
"Jaguar Vermelho", que
durou mais de quinze
dias e foi realizada em
zona considerada
"santuário" do inimigo
onde o seu espírito de
sacrifício e coragem
ficaram bem patenteados.
Durante uma emboscada em
que o inimigo deixou
toda a Companhia
atravessar uma bolanha,
com excepção dos últimos
cinco elementos da
coluna, sobre os quais
concentrou todo o seu
fogo e porque o terreno
era de visibilidade
difícil e
impossibilitava que os
restantes elementos da
Companhia lhes pudessem
dar apoio, foi o Soldado
Calaboche que se
encontrava próximo,
quem, com a sua rápida
intervenção, conseguiu
pôr o inimigo em fuga,
livrando os seus
camaradas duma situação
particularmente difícil.
Além disso, quando por
qualquer motivo a sua
Secção fica sem
graduados, é o Soldado
Calaboche quem assume o
comando, pois que, pelas
suas qualidades de
bravura, calma e
serenidade debaixo de
fogo, tanto os seus
superiores, como os seus
camaradas, reconhecem
nele qualidades inatas
de Chefe.
Pelo que fica referido,
é o Soldado Calaboche
digno de ser apontado
como exemplo a seguir.
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Jornal do Exército,
ed. 142, pág. 52, de
Outubro de 1971
Prémio Governador da Guiné
CALABOCHE TCHUDÁ,
Soldado de Infantaria, n.º 82077269
Porque «ao
longo de vinte meses de comissão,
sempre se revelou um militar
disciplinado e cumpridor dos seus
deveres.
Sendo apontador de
Lança-Granadas-Foguete, utilizou
sempre a sua arma com a maior
perícia e eficiência; nas várias
situações de combate em que o grupo
de que faz parte se tem encontrado e
mesmo quando o inimigo, pela sua
superioridade de fogos, tem colocado
os seus camaradas em situações
difíceis, sempre o Soldado CALABOCHE
tem corrido em seu auxilio, aos
locais mais batidos pelo tiro
inimigo, levando a sua arma
carregada, e, com 2 ou 3 granadas
que recolhe no trajecto, indiferente
ao perigo, com serena energia e
coragem, bate com extraordinária
precisão as posições do inimigo e
incita os seus camaradas que,
galvanizados, se lançam ao ataque,
obrigando muitas vezes o adversário
a retirar precipitadamente.
De salientar a sua actuação na
Operação «JAGUAR VERMELHO», que
durou mais de 15 dias e foi
realizada em zona considerada
«santuária» do inimigo, onde o seu
espírito de sacrifício e coragem
ficaram bem patenteados. Durante uma
emboscada em que o inimigo deixou
toda a Companhia atravessar uma
bolanha, com excepção dos últimos
cinco elementos da coluna, sobre os
quais concentrou o seu fogo e porque
o terreno era de visibilidade
difícil e impossibilitava que os
restantes elementos da Companhia lhe
pudessem dar apoio, foi o Soldado
CALABOCHE, que se encontrava
próximo, quem, com a sua rápida
intervenção, conseguiu pôr o inimigo
em fuga, livrando os seus camaradas
duma situação particularmente
difícil.»

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Companhia
de Caçadores N.º 13
Identificação:
CCac13
Comandante:
Capitão Mil.º de
Infantaria Álvaro Alberto Durão
Alferes Mil.º de Infantaria Adelino
Manuel de Almeida Pimenta Correia
Capitão Mil.º de Infantaria João
Carlos Carvalho de Castro
Capitão Mil.º de Cavalaria Carlos
Matos de Oliveira
Capitão Mil.º de Infantaria Humberto
Manuel Teixeira Gonçalves de
Figueiredo

Início:
18 de Janeiro de 1970 (por
alteração da anterior designação de
Companhia de Caçadores
2591(CCac2591)
Extinção:
20 de Agosto de 1974
Síntese da
Actividade Operacional
Em 18 de Janeiro de 1970,
foi criada por alteração da sua
designação anterior, integrando os
quadros e praças especialistas
metropolitanos e pessoal natural da
Guiné, predominantemente da etnia
Balanta, que constituíam,
anteriormente, a Companhia de
Caçadores 2591 (CCac2591)
Continuou instalada em Binar, então
orientada para a segurança e
protecção dos trabalhos dos
reordenamentos da península do
Enxerte, tendo estabelecido o seu
estacionamento em Nhamate, a partir
de 2 de Fevereiro de 1970, com os
seus pelotões disseminados por
Manga, Encherte e Unche.

Em 14 de Março de 1970, substituída
no subsector de Nhamate pela
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658), foi colocada em Biambe,
passando então à dependência directa
do Comando de Agrupamento
Operacional 1 (CAOP1) como
subunidade de intervenção e reserva
daquele comando e, a partir de 30 de
Maio de 1970, do Batalhão de
Caçadores 2861 (BCac2861), tendo
tomado parte em diversas operações
realizadas nas regiões de Encherte,
Queré, Chalé-Inquida e Morés, entre
outras.
Em 12 de Junho de 1970, foi
deslocada para Bissorã, a fim de
assumir a responsabilidade do
respectivo subsector, em
substituição da Companhia de
Caçadores 2444 (CCac2444), ficando
integrada no dispositivo e manobra
do Batalhão de Caçadores 2861
(BCac2861) e sucessivamente do
Batalhão de Caçadores 2927
(BCac2927), do Batalhão de Caçadores
4610/72 (BCac4610/72) e do Batalhão
de Cavalaria 8320/73 (BCav8320/73).
Em 20 de Agosto de 1974, foi
desactivada e extinta.
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Companhia
de Caçadores n.º 2591
Identificação:
CCac2591
Unidade
Mobilizadora:
Regimento de Infantaria
16 (RI16 - Évora)
Comandante:
Capitão Mil.º de
Artilharia Álvaro Alberto Durão
Divisa:
«OS LEÕES NEGROS»
«CONDUTA BRAVA E EM TUDO DISTINTA»
Partida:
Embarque em 24 de Maio de
1969, no NTT «Niassa»Mai69;
desembarque em 30 de Maio de 1969
Extinção
em 18 de Janeiro de 1970
Síntese da
Actividade Operacional
A subunidade foi
constituída com quadros e
especialistas metropolitanos e
enquadrou pessoal natural da Guiné,
da etnia Balanta, tendo efectuado a
2.ª fase da instrução de formação no
Centro de Instrução Militar (CIM),
em Bolama e sido seguidamente
utilizada em patrulhamentos,
reconhecimentos e contactos com as
populações da região.
Em 5 de Novembro de 1969, foi
colocada em Bissorã, como força de
intervenção e reserva do Batalhão de
Caçadores 2861 (BCac2861), tendo
sido empregada em várias acções,
patrulhamentos e emboscadas nas
regiões de Namedão, Cate e Camã.
Em 4 de Janeiro de 1970, destacou
dois pelotões para Binar, a fim de
efectuar a segurança e protecção dos
trabalhos da estrada Binar-Nhamate.
Em 14 de Janeiro de 1970, a
subunidade foi colocada em Binar, a
fim de colaborar nos trabalhos de
recuperação das populações da área
da península de Encherte e na sua
instalação e autodefesa nos
reordenamentos.
Em 18 de Janeiro de 1970, a
subunidade passou a designar-se
Companhia de Caçadores 13 (CCac13),
sendo considerada subunidade de
guarnição normal, a partir daquela
data.
