Faleceu no dia 17
de Junho de 2024 o veterano
José Maria de Campos Mendes
Sentieiro
Coronel de
Cavalaria na situação de reforma

Guiné:
1969 a 1970
Comandante da
Companhia de Cavalaria 2485
Batalhão de
Cavalaria 2868
«NÃO TEMO»
Angola: 1972 a
1974
Batalhão de
Cavalaria 3882 «SERVIR»
Cruz de Guerra de 1.ª classe, Louvor Individual,
4
Louvores Colectivos e 3 Citações
Elogiosas Colectivas
José Maria de Campos Mendes
Sentieiro, Coronel de Cavalaria na
situação de reforma,
nascido no dia 15 de Março de 1940,
em Santa Maria, freguesia urbana de
Torres Novas;
Em Novembro de 1952, admitido no
Colégio Militar (CM) «ZACATRAZ» -
«UM POR TODOS, TODOS POR UM»
com o
número 294/1952;
Em 01 de Outubro de 1963,
Cadete-Aluno da Academia Militar
(AM) «DULCE ET DECORUM EST PRO
PATRIA MORI», concluído o curso da
Arma de Cavalaria, promovido a
Aspirante-a-Oficial e colocado na
Escola Prática de Cavalaria (EPC –
Santarém) «AO GALOPE!... À CARGA!» -
«MENS AGITAT MOLEM» para efeito de
tirocínio;

Em 20 de Agosto de 1964, promovido a
Alferes (com antiguidade a 1 de
Novembro de 1964);
Em 30 de Agosto de 1966, promovido a
Tenente da Escola Prática de
Cavalaria (EPC – Santarém) «AO
GALOPE!... À CARGA!» - «MENS AGITAT
MOLEM»;
Em 23 de Fevereiro de 1969, com o
posto de Capitão, tendo sido
mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 7 (RC7 – Ajuda, Lisboa)
«QUO TOTA VOCANT» - «REGIMENTO DO
CAIS» para servir na Guiné, embarca
em Lisboa no

NTT 'Uige', integrado
no Batalhão de Cavalaria 2868
(BCav2868) «NÃO TEMO» como
comandante da Companhia de Cavalaria
2485 (CCav2485), rumo ao estuário do
Geba (Bissau), onde desembarcou no
dia 1 de Março de 1969;

A sua subunidade de cavalaria
seguiu, em 30 de Março de 1969, para
Cacheu,
integrada na manobra e
missão do seu batalhão, tendo em 24
de Abril de 1969 substituído na
missão de quadrícula a Companhia de
Caçadores 2446 (CCac2446) «ALEA
JACTA EST», até à chegada da
Companhia de Caçadores 2367
(CCac2367) «VAMPIROS» do
Batalhão de
Caçadores 2845 (BCac2845) «SEMPRE
EXCELENTES E VALOROSOS», em 30 de
Junho de 1969 e onde se manteve até
22 de Agosto de 1969; em 25 de
Agosto de 1969, foi
colocada em
Bula, em reforço do Batalhão de
Caçadores 2861 (BCac2861) «VENCER» e
depois integrada no seu
batalhão; em
25 de Junho de 1970, por troca com a
Companhia de Cavalaria 2487
(CCav2487) do Batalhão de Cavalaria
2868 (BCav2868) «NÃO TEMO», foi
transferida para
Ponta Augusto
Barros e reordenamentos de Mato
Dingal e João Landim, voltando a
Bula, por troca com a Companhia de
Cavalaria 2525 (CCav2525) «PUNHOS
D‘AÇO» - «NÃO CONHECEMOS O
IMPOSSÍVEL» , em 25 de Julho de
1970; em 23 de Setembro de 1970, por
troca
com a Companhia de Cavalaria
2486 (CCav2486) do Batalhão de
Cavalaria 2868 (BCav2868) «NÃO
TEMO», foi transferida para Pete e
reordenamentos de Ponta Consolação e
Capunga; em 23 de Outubro de
1970,
rendida, por troca, pela Companhia
de Cavalaria 2639 (CCav2639) «PRO
BONO PACIS» - «PELA
PÁTRIA», voltou
a Bula, onde se manteve até à sua
substituição pela Companhia de
Caçadores 2789 (CCac2789)
«VIGILANTES», em 1 de Dezembro de
1970, após o que recolheu a
Bissau
para embarque.
Em 31 de Dezembro de 1970, embarcou
no NTT ‘Rita Maria’ de regresso à
Metrópole, onde
desembarcou no dia 9
de Janeiro de 1971.
Em Março de 1971, encontrando-se
colocado no Regimento de Cavalaria 4
(RC4 - Santa Margarida) «PERGUNTAI
AO INIMIGO QUEM SOMOS», nomeado para
frequentar o curso-geral de
estado-maior do
Instituto de Altos
Estudos Militares (IAEM – Pedrouços)
«NÃO HOUVE FORTE CAPITÃO, QUE NÃO
FOSSE TAMBÉM DOUTO E CIENTE», no ano
lectivo de 1971/72;
Em 1 de Setembro de 1971, colocado
no Estado-Maior do Exército (EME)
«NON NOBIS»;
Em 20 de Setembro de 1971, pela
Portaria com a mesma data, foi
louvado e agraciado com a Cruz de
Guerra de 1.ª classe, por distintos
feitos em combate no
noroeste da
Província Ultramarina Portuguesa da
Guiné, publicado na Ordem do
Exército n.º 19 – 2.ª série, de
1971;
Em 19 de Julho de 1972, tendo sido
nomeado «por imposição para fazer
parte das
tropas de reforço à
guarnição normal» da Região Militar
de Angola (RMA), embarca no
Aeródromo Base 1 (AB1-Figo Maduro)
em vôo Boeing707-TAM
com destino à
Base Aérea 9 (BA9-Luanda), a fim de
ser integrado no Batalhão de
Cavalaria 3882
(BCav3882/RC4)
«SERVIR»;
Em 20 de Outubro de 1974, regressa à
Metrópole e fica colocado no
Regimento de Lanceiros 2 (RL2 –
Ajuda) «MORTE OU GLÓRIA»;
Em 06 de Fevereiro de 1975,
transferido para a Escola Prática de
Cavalaria (EPC – Santarém) «AO
GALOPE!... À CARGA!» - «MENS AGITAT
MOLEM»;
Faleceu no dia 17 de Junho de 2024,
como Coronel de Cavalaria na
situação de reforma.
A sua Alma descansa em Paz
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clique nos sublinhados existentes
nos textos que se seguem:
Cruz de Guerra de 1.ª classe
Capitão
de Cavalaria
JOSÉ MARIA DE CAMPOS MENDES
SENTIEIRO
CCav 2485/BCav 2868 — RC 7
GUINÉ
1.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 19 — 2.ª série, de 1971.
Por Portaria de 20 de Setembro de
1971:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
1.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província da Guiné
Portuguesa, o Capitão de Cavalaria,
José Maria de Campos Mendes
Sentieiro, da Companhia de Cavalaria
n.º 2485/Batalhão de Cavalaria n.º
2868 — Regimento de Cavalaria n.º 7.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data,
publicada naquela 0E):
Louvado o Capitão de Cavalaria, José
Maria de Campos Mendes Sentieiro,
pela forma altamente eficiente como
comandou a Companhia de Cavalaria
n.º 2485, na Província da Guiné,
desenvolvendo intensa e contínua
actividade operacional em zonas
particularmente difíceis e
evidenciando notáveis qualidades de
chefe e de combatente, sabendo
incutir nos seus subordinados
excepcional determinação,
agressividade e espírito de corpo.
No decurso de uma emboscada montada
pelo inimigo, em área muito crítica
do Sector, o Capitão Sentieiro, sob
intenso potencial de fogo inimigo,
indiferente ao perigo e sempre nos
locais de maior risco, impulsionou
de forma dinâmica e agressiva as
forças sob o seu comando, infligindo
ao adversário apreciáveis baixas e a
captura de material diverso, o que
teve significativas repercussões na
evolução favorável da situação na
zona de acção da unidade. Em toda a
acção evidenciou elevada coragem,
decisão e serena energia debaixo de
fogo.
Na operação "Roda grande",
progredindo junto dos primeiros
homens da coluna que foi emboscada,
impulsionou os seus subordinados
pelo exemplo da sua conduta,
comandando com decisão a reacção,
primeiramente à frente, onde o fogo
era mais intenso e sempre em
evidente risco de vida, e
posteriormente, deslocando-se a meio
da coluna, a fim de coordenar o
envolvimento feito pelos elementos
da retaguarda.
Na operação "Ostra
Amarga", face a
uma forte emboscada sofrida pelas
nossas forças, expôs-se
decididamente ao fogo do inimigo
para poder coordenar a acção,
galvanizando os seus homens com o
seu procedimento e obrigando o
adversário a retirar.
Não menos relevante foi a forma
enérgica e pronta como fez reagir as
suas forças em emboscada levada a
efeito por um grupo inimigo na
região de Ponta Matar, ordenando o
envolvimento do adversário, que
bateu em retirada, deixando baixas
no terreno.
Pelo conjunto de excepcionais
qualidades evidenciadas debaixo de
fogo frente ao inimigo, demonstrou o
Capitão Sentieiro possuir
extraordinários dotes de coragem,
decisão, sangue-frio e desprezo pelo
perigo, dignificando altamente a
Arma de Cavalaria a que pertence e o
Exército que tão abnegadamente
serve.
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Operação "Ostra Amarga"
Na fase final da Operação "Ostra Amarga',
ao início da manhã um grupo do
PAIGC, emboscado nas imediações de
um trilho para o Pecure (itinerário
Bula > Caboiana), pelas 07H15 do
sábado 18 de Outubro de 1969 lança sobre a
frente de patrulha apeada das Nossas Tropas
(dois pelotões da Companhia de
Cavalaria 2487 do Batalhão de
Cavalaria 2868 ao
momento sob comando do
Capitão de Cavalaria José Maria de
Campos Mendes Sentieiro), um RPG
(granada
lançada por foguete) que atinge o
Soldado Clarim
Henrique Ferreira da Anunciação
Costa, n.º 03434368 (morte instantânea), o
Soldado Atirador
António da Silva Capela, n.º
07241868 (após 45'
morre no local), e um outro
militar (gravemente ferido e pouco
depois helievacuado para o hospital
militar em Bissau).
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