

Faleceu o
Coronel
Piloto-Aviador Soares de Moura
Comandante-fundador
do Aeródromo Base 3
Negage (Norte de
Angola)
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visualização da
"História do
Aeródromo Base 3"

O Comandante do AB3,
Augusto Soares de
Moura e Esposa, no
Hotel Avenida, em
1961
Imagem cedida por
Victor Elias, ex-
Furriel da FAP
O Dia 7 de
Fevereiro, era (é) o Dia da Unidade "AB3-Negaje"
Em 11Fev2011,
cinquenta anos após ter sido o primeiro comandante –
operacional – do AB3-Negaje, faleceu o coronel
piloto-aviador Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de
Moura
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Fonte:
Jornal TVS
"Comandante, a Pátria agradece para sempre os seus
serviços. Adeus!". No dia 12 de Fevereiro, já no final
do ofício fúnebre, a singela homenagem da Liga dos
Combatentes, a cujo Núcleo de Penafiel o Coronel Soares
de Moura chegou a presidir, teve a profundidade de
resumir o sentimento geral perante uma figura ímpar na
história de Lousada.
Falecera na manhã de sexta-feira, dia 11, com 87 anos de
idade, praticamente na mesma data em que, 165 anos
antes, faleceu o seu antepassado, o célebre Brigadeiro
Bernardino Coelho Soares Moura, que o Coronel da Lama
ajudou a perpetuar em livro e em conferências.
Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de Moura, de seu
nome completo, nasceu na Casa de Vale do Mesio, em
Lagoas, a 23 de Setembro de 1923, filho do Dr. Augusto
Pinto Coelho Soares de Moura e de Maria Alice de Castro
Neves Pinto Garcez.
Distinguiu-se como piloto da Força Aérea, para além de,
na fase mais adiantada da sua vida, se ter dedicado à
escrita, à investigação da história local e à docência.
Foi condecorado com as medalhas da Cruz de Guerra (1.ª
classe), de Prata de Serviços
Distintos com palma (duas), de Mérito Militar (3.ª
classe) comemorativa das Forças Armadas no
Norte de
Angola e comemorativa das expedições das Forças Armadas,
em Moçambique. Foi, também, responsável pela companhia
de madeiras de Cabinda. Como comandante da Base Aérea de
Monte Real, recebeu o Papa Paulo VI, em 1967, quando da
visita para os 50 anos das Aparições de Fátima.
Professor e escritor
Já em 1977, como professor no Colégio Eça de Queirós, em
Lousada, leccionando Introdução à Economia e Inglês,
granjeou o respeito e a estima de colegas e alunos (ver
textos nestas páginas). Joaquim Meireles, agora radicado
nas Ilhas Canárias como instrutor de condução, não
esquece a influência de quem "incentivava muito os
alunos", guardando ainda religiosamente o livro "A
População", de Alfred Sauvy, que recebeu por ser o
melhor aluno do período. Nuno Xavier, agora jurista
radicado em Angra do Heroísmo, comentou: "Morreu um
Mestre. Recto, seguro, sensato, organizado. Lousada está
mais pobre". O Dr. Cláudio Magalhães, na altura
professor de História, refere: "Reconheço no Coronel
Soares de Moura o homem íntegro e exemplar e junto-me
àqueles que lamentam a sua morte".
Na sua quinta da Lama, em Lodares, residência senhorial
que sempre preservou com esmero, dedicou-se também à
agricultura, actividade que muito prezava, tendo sido
presidente do então Grémio da Lavoura de Lousada.

No entanto, foi à escrita que se devotou com enorme
entusiasmo. Para além de alguns opúsculos sobre o
desempenho militar no Negaje - Angola ("As Pontas da
História", edição de autor, 1999) e da actividade da
Liga dos Combatentes de Penafiel, publicou, em 1994, o
romance "O Segundo Aviso" e a biografia de Bernardino
Pinto Coelho Soares de Moura, Brigadeiro dos Reais
Exércitos e Barão de Freamunde, em 1998. Já em 2009,
editou, em dois volumes "Lousada Antiga", uma poderosa
investigação sobre as origens e construção do território
que é hoje o concelho de Lousada.
A
sua intervenção cívica estendeu-se à participação nos
órgãos dirigentes de várias instituições, do Lions Clube
à presidência da Associação Museu-Biblioteca de Lousada.
Um percurso de vida activo e empreendedor, que motivou a
Câmara de Lousada à atribuição da Medalha de Prata de
Mérito Municipal em 1999.
Casou na igreja de Santo Ildefonso, no Porto, com
D.
Maria Luísa da Cunha Coelho, sua companheira de sempre,
também ela condecorada com a Cruz Oficial da Ordem
Militar de Avis (*) por actos de bravura no Negaje, em 1961.
Era pai do Dr. Francisco Soares de Moura, professor
universitário, casado com a Drª Lurdes Neto Soares de
Moura, e do Dr. Augusto Soares de Moura, já falecido, e
avô da jovem Francisca, estudante universitária.
Após ter estado em câmara ardente na capela da Casa da
Lama, onde acorreram muitos amigos e admiradores, e das
exéquias na igreja de Lodares, presididas pelo pároco
Padre Joaquim Maia e pelo Padre António Augusto Múrias,
foi a sepultar em jazigo de família no cemitério local.
Quando a porta do jazigo foi encerrada, encerrava-se,
também, o percurso de um grande lousadense e de um
grande português, que, antes da passagem para a
eternidade, já havia firmado um merecido lugar na
história. Apesar da sua discrição.
Luís Ângelo Fernandes
(*) -
sublinhado nosso
- informação de Rui Santos Vargas:
"A notícia do
falecimento do Cor Pilav Soares de Moura refere que
a esposa foi condecorada com o grau de Oficial da
Ordem Militar de Avis. Estranhei por que esta
Ordem é restrita a oficiais das Forças Armadas e
GNR.
A D. Maria Luísa
Soares de Moura foi sim condecorada a 18.11.1961 com
o grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo.
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http://www.jornaltvs.net/noticia.asp?idEdicao=212&id=33388&idSeccao=3356&Action=noticia
http://burguesinhas.blogs.sapo.pt/1559.html
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http://www.jornaltvs.net/noticia.asp?idEdicao=212&id=33336&idSeccao=3356&Action=noticia
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