Faleceu, no dia 12 de Janeiro de
2020, no posto da Guarda Nacional
Republicana (GNR), de Aveiras de
Cima (Azambuja), o veterano
Eduardo Pratas Martins
Soldado Atirador de Artilharia
n.º 06010364
Companhia de Artilharia 1405
«OUSAMOS»
Batalhão de Artilharia 1852
«AS ARMAS E OS BARÕES
ASSINALADOS»
Angola: 31Ago1965 a 16Ago1967
Eduardo Pratas Martins, Soldado
Atirador de Artilharia, n.º
06010364, nascido na freguesia de
Aveiras de Cima, concelho da
Azambuja.
Serviu Portugal na Província
Ultramarina de Angola integrado na
Companhia de Artilharia 1405
«OUSAMOS» do Batalhão de Artilharia
1852 «AS ARMAS E OS BARÕES
ASSINALADOS», no período de 31 de Agosto de
1965 a 16 de Agosto de 1967.
Faleceu após as 20H00 de domingo,
dia 12 de Janeiro 2020 no Posto da
GNR da aérea da sua residência, em
Aveiras de Cima, devido a ataque
cardíaco na sequência de maus tratos
físicos e psicológicos sobre si
exercidos, cerca das 19H00 daquele
mesmo dia , nas imediações do Posto,
por dois militares daquela
corporação em aparente "excesso de
zelo".
No dia 16 de Janeiro de 2020
realizou-se o funeral para o
cemitério da respectiva paróquia.
A sua Alma repousa em paz
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A notícia da sua morte publicada
no "Fundamental" jornal online, no dia
14 de
Janeiro de 2020:
Aveiras: morte de Eduardo Martins
no posto da GNR local causa
consternação na comunidade
Eduardo Martins faleceu no
passado Domingo em pleno posto
territorial da GNR, em Aveiras de
Cima. Pouco antes tinha sido
conduzido a este quartel devido a
supostas infracções ao código da
estrada. Eduardo Martins era
conhecido pela alcunha de "negro" e
tinha 76 anos.
Por fundamental -
14.Janeiro.2020
Foi a mais recente partida de um
conhecido habitante de Aveiras, mas
desta vez em circunstâncias pouco
comuns: Eduardo Martins faleceu no
passado Domingo em pleno posto
territorial da Guarda Nacional
Republicana, em Aveiras de Cima.
Pouco antes tinha sido conduzido sob
detenção a este quartel devido a
supostas infracções ao código da
estrada. Eduardo Martins era
conhecido pela alcunha de “negro” e
tinha 76 anos.
De acordo com a versão que é contada
de forma mais comum em Aveiras de
Cima, Eduardo Martins terá
desrespeitado um sinal de STOP,
facto que foi presenciado por
agentes do posto local da GNR. A
reacção do senhor à abordagem dos
militares não terá agradado aos
“guardas”, que o terão conduzido ao
quartel situado no primeiro andar do
número 21 da Rua 25 de Abril,
situado a escassas dezenas de metros
do cruzamento onde as supostas
infracções decorreram. O incidente
terá contribuído para que Eduardo se
tivesse sentido mal, a ponto de vir
a falecer ainda nesse dia e em pleno
quartel da GNR.
De facto, e já no posto da Guarda
Nacional Republicana de Aveiras,
Eduardo Pratas Martins ter-se-á
sentido mal e o desfecho acabou por
ser o falecimento deste idoso, no
interior do quartel da GNR. O caso
está, naturalmente, a ser muito
falado em toda a vila, devido às
circunstâncias anómalas do sucedido.
Eduardo era casado com Camila
Martins.
Neste momento os familiares de
Eduardo Martins aguardam os
resultados da autópsia para
conseguirem compreender exactamente
o que terá levado à morte repentina
e inesperada deste homem de 76 anos,
muito conhecido em Aveiras de Cima.
Nas redes sociais lêem-se alguns
comentários que encerram
desconfiança em relação ao suposto
excesso de zelo no comportamento dos
agentes locais. Como já foi dito,
apenas o resultado da autópsia
poderá determinar com exactidão a
causa da morte de Eduardo.
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A notícia da sua morte publicada
no jornal "O Mirante", no dia 23 de
Janeiro de 2020:
Choque e indignação em Aveiras de
Cima pela morte de idoso no posto da
GNR
Eduardo Martins sentiu-se mal quando
se encontrava sob detenção, por ter
desrespeitado um sinal de trânsito
e, supostamente,
ter oferecido resistência. GNR abre
inquérito interno e família pede
justiça num caso que tem pontas
soltas por explicar.
Foi com tristeza, mas também choque
e indignação, que Aveiras de Cima
reagiu à morte de Eduardo Martins,
de 76 anos, no domingo, 12 de
Janeiro, no posto da GNR de Aveiras
de Cima, onde se encontrava detido.
Morreu, ao que tudo indica, vítima
de um ataque cardíaco, depois de ter
sido transportado para o posto sob
detenção de dois militares, por
desrespeito a um sinal de trânsito.
Eduardo
Martins estava algemado quando se
sentiu mal e foi já na presença de
familiares que perdeu a vida apesar
de os meios de socorro terem sido
accionados e efectuadas manobras de
reanimação. Permanecem por explicar
as manchas de lama na roupa do
idoso, o seu estado de ansiedade à
chegada dos familiares e o real
motivo para a sua detenção.
Segundo o filho, Jorge Martins, é
plausível admitir que Eduardo
Martins possa não ter reagido da
melhor forma à abordagem dos dois
militares, mas também não descarta
que possa ter havido "excesso de
zelo" da parte destes. Eduardo
Martins já tinha feito dois
cateterismos cardíacos e, garante o
filho, os militares foram alertados
para essa situação quando o idoso se
começou a sentir mal.
Alguns populares, amigos e
conhecidos da vitima vão mais longe.
No café que Eduardo Martins
habitualmente frequentava comenta-se
que os militares têm em parte culpa
desta morte e que um deles, o que
está há menos tempo no posto, é
particularmente arrogante e pouco
benevolente. "Se não fosse detido
não teria morrido", atira quem está
ao balcão. "Não tinha um feitio
fácil e o mais provável é que tenha
oferecido alguma resistência, mas
era um idoso... o que faria contra
dois jovens?", questiona.
Contactada por O MIRANTE a GNR, sem
adiantar mais detalhes, responde
apenas que "decorre um processo
interno para averiguar as
circunstâncias do sucedido".
A SEQUÊNCIA DOS ACONTECIMENTOS
Quando naquele domingo Eduardo
Martins decidiu sair de casa para
beber um café e pôr a conversa em
dia com os amigos, como
habitualmente fazia juntamente com a
esposa, num café que não dista mais
de 500 metros da sua residência, a
esposa optou por ficar em casa.
Perto das 19h00, Eduardo Martins pôs
a motorizada a trabalhar, arrancou e
não andou mais do que 50 metros no
caminho de terra batida, até ser
mandado parar por dois militares da
GNR. O motivo? Desrespeito a um
sinal Stop mesmo nas barbas da
autoridade. "Foi o azar de quem
estava no local errado à hora
errada. Os amigos começaram a
estranhar não ter aparecido no
café", conta o filho.
As vozes exaltadas, o barulho das
portas do carro a bater chamaram a
atenção de uma vizinha, a única
testemunha, que relata que Eduardo
Martins foi "atirado ao chão, posto
a rebolar, algemado" e metido dentro
do carro da patrulha. Já no posto da
GNR de Aveiras de Cima Eduardo
Martins ligou aos familiares e a
esposa e a nora foram ao seu
encontro. As algemas incomodavam-no
e a ansiedade tomou-lhe conta do
sistema nervoso. A família
questionou o porquê de estar cheio
de lama e pediu que lhe fossem
retiradas as algemas porque se
estava a sentir mal. Mas o pedido
não foi inicialmente aceite.
O intervalo de tempo entre a
detenção e a morte foi curto. Perto
das 20h00 Eduardo perdeu os sentidos
e nem a pronta resposta da equipa de
socorro da Cruz Vermelha de Aveiras
de Cima, que ainda tentou manobras
de reanimação, conseguiu reverter a
situação. O óbito foi declarado no
local pelos médicos da Viatura
Médica de Emergência e Reanimação de
Vila Franca de Xira e o corpo seguiu
para autópsia tendo sido libertado
na quarta-feira, 15 de Janeiro, e
enterrado no dia seguinte.
"Esperamos que agora a justiça faça
o que lhe compete", conclui Jorge
Martins, filho da vitima.