Fernando Henrique da
Costa Pinheiro,
1.º Cabo de Infantaria, da CCac1780: Cruz de Guerra de
4.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo V, pág. 493, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo I, pág. 234 e 235, da
RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército, ed. 116, pág.
22, de Agosto de 1969
Elementos cedidos por um colaborador
do portal UTW
Imagens dos distintivos cedidas por Carlos Coutinho
|
Fernando
Henrique da Costa Pinheiro
1.º Cabo de Infantaria,
n.º 09297467
Companhia de Caçadores
1780
«FIRMES FORTES FIÉIS»
Batalhão de Caçadores
1929
«UBI GLORIA OMNE PERICULUM DULCE»
Angola:
11Dez1967 > 21Jan1970
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Prémio 'Governador-Geral'
de Angola
Fernando
Henrique da Costa Pinheiro, 1.º Cabo de Infantaria, n.º
09297467.
Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 1
(RI1 - Amadora) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Angola integrado na Companhia de
Caçadores 1780 «FIRMES FORTES FIÉIS» do Batalhão de
Caçadores 1929 «UBI GLORIA OMNE PERICULUM DULCE»,
no período de 11 de Dezembro de 1967 a 21 de Janeiro de
1970.
Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra
de 4.ª classe, publicado na Ordem de Serviço n.º 22, de
14 de Março de 1969, do Quartel General da Região
Militar de Angola e na Ordem do Exército n.º 25, 3.ª
série de 1969.
Galardoado com o Prémio
'Governador-Geral' de Angola, in Jornal do Exército,
edição 116, página 22, de Agosto de 1969
Cruz de Guerra de 4.ª
classe
1.°
Cabo de Infantaria, n.° 09297467
FERNANDO HENRIQUE DA COSTA PINHEIRO
CCac1780/BCac1929 - RI1
ANGOLA
4.ª CLASSE
Transcrição do Despacho publicado na OE n.º
25 - 3.ª série, de 1969.
Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe,
nos termos do artigo 12.º do Regulamento da
Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35
667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do
Comandante-Chefe das Forças Armadas de Angola,
de 28 de Maio de 1969:
O 1.º Cabo, Fernando Henrique da Costa Pinheiro
(09297467), da Companhia de Caçadores 1780 do
Batalhão de Caçadores 1929 - Regimento de
Infantaria n.º 1.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na OS n.º 22, de 14 de Março de 1969,
do Quartel General da Região Militar de Angola
(QG/RMA):
Louvado o 1.º Cabo n.º 09297467, da Companhia de
Caçadores 1780 do Batalhão de Caçadores 1929 -
Regimento de Infantaria n.º 1, Fernando Henrique
da Costa Pinheiro, porque tendo a sua Secção
sido emboscada por um numeroso e bem armado
grupo inimigo que, logo no início do seu ataque,
causou baixas à Secção (nota)
e verificando que a metralhadora se encravara,
decididamente subiu para a viatura onde aquela
se encontrava montada e, debaixo de fogo
inimigo, não só cobriu com o fogo da sua arma o
apontador da metralhadora que procurava remediar
a avaria, como ainda o ajudou nessa tarefa.
Posteriormente, notando que o seu comandante de
Secção se encontrava ferido e incapaz de
utilizar convenientemente a sua arma,
deslocou-se para junto dele, sempre debaixo de
intenso fogo inimigo, ficando a fazer a sua
protecção até à chegada de reforços e, quando
estes chegaram, incorporou-se no grupo que
promoveu a imediata perseguição.
Demonstrou, assim, pela ocupação voluntária dos
locais que, no momento, ofereciam maiores
riscos, possuir o 1.º Cabo Pinheiro, coragem,
qualidades de abnegação, espírito de sacrifício,
sangue frio e serena energia debaixo de fogo
inimigo, qualidades estas que muito o honram e o
cotam como um valoroso combatente.
(Nota)
6 de Março de 1968 (4.ª feira) a noroeste de
Dima, destacamento de Mavinga da Companhia de
Caçadores 1780 (CCac1780) sofre emboscada do
MPLA e resultou a morte de 2 militares daquela
subunidade de infantaria:
Francisco Luís Pires Florêncio
Francisco Luís Pires Florêncio,
Soldado Condutor Auto Rodas, n.º 01143867,
natural da localidade de Castaíde, freguesia de
Santa Maria, concelho de Trancoso, filho de
António Maria Florêncio e de Leopoldina da
Conceição Pires, solteiro.
Está inumado no cemitério da localidade da sua
naturalidade.
José
Neves Pereira
José
Neves Pereira, 1.º Cabo Atirador de Infantaria,
n.º 06662667, natural da freguesia e concelho de
Valongo, filho de José Pereira e de Belmira da
Silva Neves, solteiro.
Está inumado no cemitério da localidade da sua
naturalidade.
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Jornal do Exército, ed. 116, pág.
22, de Agosto de 1969
Prémio 'Governador-Geral' de Angola
1.º CABO FERNANDO DA COSTA PINHEIRO, da
Companhia de Caçadores 1780 (CCac1780) do Batalhão de
Caçadores 1929 (BCac1929)
Condecorado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, porque
debaixo de intenso fogo inimigo e vendo que se encravara
a metralhadora montada sobre uma viatura, não hesitou em
subir para cima da mesma, apoiar com o seu fogo o
camarada que tentava desencravar aquela arma e ainda
ajudá-lo naquela tarefa.
Posteriormente, vendo que o Comandante da secção se
encontrava ferido, dirigiu-se decididamente para junto
dele para o que teve de correr grande risco sob intenso
fogo do adversário, ali se mantendo até à chegada de
reforços, aos quais logo se juntou para se lançar em
perseguição do inimigo.
Acorrendo assim com oportunidade e grande decisão aos
locais de maior risco, revelou grande coragem,
serenidade debaixo de fogo, espírito de iniciativa em
combate, que muito o dignificam como valoroso militar.
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Batalhão de Caçadores
N.º 1929
Identificação:
BCac1929
Unidade Mobilizadora:
Regimento de Infantaria 1 (RI1
- Amadora)
Comandante:
Tenente-Coronel de Infantaria Fernando Neves
Pedro
2.º Comandante:
Major de Infantaria José Manuel Marques
Oficial de Informações e
Operações / Adjunto:
Major de Infantaria Tiago Adalberto de Brito
Nascimento
Comandantes
de Companhia
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão do Serviço Geral do Exército Manuel
Guardado
Companhia de
Caçadores 1778 (CCac1778):
Capitão Mil.º de Infantaria José Gomes
Cachadinha
Companhia de Caçadores 1779
(CCac1779):
Capitão de Infantaria Victor Manuel Rodrigues
Alves
Capitão de ArtilhariaGustavo do Carmo Marques
Companhia de Caçadores 1780
(CCac1780):
Capitão de Infantaria Manuel Carlos Teixeira
do Rio Carvalho
Divisa:
«UBI GLORIA OMNE PERICULUM DULCE»
Partida:
Embarque, no dia 2 de Dezembro de 1967, no
NTT «VERA CRUZ»; desembarque no dia 11 de Dezembro de
1967.
Regresso:
Embarque, no dia 21 de Janeiro
de 1970, no NTT «VERA CRUZ»
Síntese da Actividade
Operacional
O Batalhão de Caçadores 1929 (BCac1929) foi
destinado à ZA (zona de acção) do Cuando Cubango, então
criada a nível batalhão na ZMS (Zona Militar Sul), tendo
substituído a Companhia de Artilharia 1524 (CArt1524) e
a Companhia de Cavalaria 1694 (CCav1694).
O dispositivo foi:
O Comando, Companhia de Comando e Serviços (CCS) e
Comando de Sector — que era o do Batalhão [BCac1929] -
em Serpa Pinto, com um Posto de Comando Avançado em
Cuito Cuanavale; a
Companhia de Caçadores 1778 (CCac1778) instalou-se em
Missombo, a
Companhia de Caçadores 1780 (CCac1780) em Cuito
Cuanavale, a
Companhia de Caçadores 1779 (CCac1779) em N'Riquinha e a
Companhia de Caçadores 305 (CCac305) do Regimento de
Infantaria 22 (RI22), da Guarnição Normal, em Mavinga.
Havia pelotões destacados em Caiundo, Lupir, Dima e
Rivungo e um pelotão ao Regimento de Infantaria 20
(RI20), em Luiana.
A Companhia de Engenharia 1755 (CEng1755) actuava a
partir de Cuito Cuanavale e Mavinga.
Os Grupos Especiais 311, 312 e 313 (GE311, GE312 e
GE313) reforçavam também o Batalhão [BCac1929].
À região, que pouco depois passou a designar-se Sector
CC, chegaram pouco depois a
Companhia de Engenharia 1755 (CEng1755), o
Pelotão de Apoio Direto 1251 (PeIA/D1251), o
Peltão de Intendência 1254 (PelInt1254) e a
Secção de Transportes Gerais 12/SP
(SecTranspGerais12/SP).
A vastidão da ZA (zona de acção) - uma zona de acção de
Companhia tinha a área de Portugal Continental -, a
raridade e péssima qualidade dos itinerários, pântanos e
outros obstáculos tornavam dificílimo o acesso aos
objectivos, onde o inimigo, já dotado de armas
automáticas e explosivos, emboscava colunas, usava
largamente de minas ACar (anti carro) e APes (anti
pessoal) e executava todo o tipo de violência sobre as
populações não colaborantes; em especial, as emboscadas
às Nossas Tropas em 27 de Fevereiro e 30 de Março de
1968 foram especialmente violentas.
Contudo, cerca de 17 meses de operações do Batalhão
proporcionaram a captura, ou apresentação de cerca de
12.000 pessoas e várias centenas de baixas, ao inimigo,
quatro dezenas de armas capturadas e dezenas de GMOf
(granadas de mão ofensivas) e GMDef (granadas de mão
defensivas), bem como 1 ML (metralhadora ligeira).
Das operações com colaboração frequente de fracções das
6.ª, 9.ª e 12.ª Companhias de Comandos, destacam-se:
"Recepção", "Milho Verde", "Emboscada 24Abr68", "3Zis",
"Diamante", "Concentração", "Exploração", "Buraco",
"Encontro", "Pega", "Lobo", "Vampiro" e "Pega" 1/H.
Em 12 de Maio de 1969, o Batalhão [BCac1929] foi rendido
na ZA (zona de acção) pelo Batalhão de Cavalaria 2870
(BCav2870) e rodou para o sector de Cuanza Sul, onde
rendeu o Batalhão de Caçadores 1908 (BCac1908),
assumindo a responsabilidade da nova ZA (zona de acção)
em 21 de Maio de 1969; porém, a Compania de Caçadores
1779 (CCac1779) rodou para a ZMC (Zona Militar Centro),
onde rendeu a Companhia de Cavalaria 1672 (CCav1672) em
Mussende.
O Batalhão [BCac1929]ficou com o seguinte dispositivo:
Comando e Companhia de Comando e Serviços (CCS) na
Gabela, a
Companhia de Caçadores 1778 (CCac1778) em Novo Redondo,
e a
Companhia de Caçadores 1780 (CCac1780) na Quibala.
Havia destacamentos em Porto Amboim, Vila Nova de Seles,
Calulo e Santa Comba.
O Batalhão [BCac1929] cedeu um pelotão por companhia e o
Pelotão de Reconhecimento (PelRec) para a Área Militar 1
(AM1) e Sector do Bié, este desde Setembro / Outubro de
1969 com regresso em Novembro de 1969. O patrulhamento,
contactos e controlo das populações foram as actividades
dominantes nesta nova área.
Em 31 de Dezembro de 1969, foi rendido na Zona de Acção
pelo Batalhão de Caçadores 2860 (BCac2860).