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NOTÍCIA - "A Minha Guerra"

 

A mesma notícia em dois órgãos de comunicação social online:

 

Para visualização dos conteúdos clique nas palavras sublinhadas

 

5. - Mais comentários na notícia publicada no Jornal das Caldas, com o título:

A-dos-Francos

Ex-combatente luta contra stress de guerra

 

4. - Comentários de Abreu dos Santos, recém-colocados naqueles órgãos de comunicação social, ainda não visíveis, porque segundo os mesmos:

Revista "Domingo" do Jornal "Correio da Manhã":

"O seu comentário foi enviado com sucesso. Após a validação por parte da nossa redacção, ficará disponível online. Obrigado pela sua participação"

 "Jornal das Caldas On-line":

"O Seu comentário está a aguardar aprovação do moderador"

 

3. - Nota da equipa do Terraweb

 

2. - 09 Julho de 2008 (transcrição)

A-dos-Francos

Ex-combatente luta contra stress de guerra

in "Jornal das Caldas On-line"

 

1. - 06 Julho 2008 - 00h00 (transcrição)

A Minha Guerra - José Morgado Vieira, Moçambique 1973/75

"O inimigo era para abater sem piedade"

in Revista "Domingo" do Jornal "Correio da Manhã" de 6 de Julho de 2008

 

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1. - 06 Julho 2008 - 00h00 (transcrição)

A Minha Guerra - José Morgado Vieira, Moçambique 1973/75

"O inimigo era para abater sem piedade"

in Revista "Domingo" do Jornal "Correio da Manhã" de 6 de Julho de 2008

 

Fui incorporado, em Janeiro de 1973, na Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, para o curso de sargentos milicianos. O comandante da unidade era o coronel Oliveira, militar dos Comandos. O primeiro confronto de ‘guerra’ foi ainda cá em Portugal, por causa da preparação. Tive uma ‘guerra psicológica’, que transformou o meu ego numa máquina de combate, em que me tiraram todos os valores, nos seis meses de formação no curso. Prepararam-me para a guerra colonial como uma máquina de matar e destruir. O inimigo era para abater sem piedade. Fomos completamente destroçados de todos os nossos valores culturais, sociais, familiares e de amizade.

 

Como furriel, ministrei duas recrutas. Ao fim de um ano, quem não era mobilizado para as colónias já não ia. Quando faltavam apenas onze dias para passar à desmobilização, a 19 de Dezembro, sou chamado para arrancar para Moçambique: ia em rendição individual – para substituir um camarada que tinha sido morto. Deram-me um bilhete de avião. Tinha 21 anos. Fui num avião civil. Era a primeira vez que andava avião.

 

Quando cheguei a Moçambique, à cidade da Beira, encontrei pára-quedistas portugueses de serviço no aeroporto. Disseram-me para me apresentar no quartel de adidos. Aí, aguentei oito dias. Em 27 de Dezembro recebo guia de marcha para Tete, região conhecida como o 'cemitério dos brancos'. Levaram-me de avião para o aquartelamento da Companhia de Artilharia 7251, na zona de Gago Coutinho, no norte do distrito de Tete, a três quilómetros da Zâmbia.

 

Quando aterrámos, numa pista de terra batida, os homens – que já tinham um ano de guerra e muitos deles já estavam loucos por aquilo que tinham passado – abeiraram-se de mim e massacraram--me com perguntas: 'O que é que vieste para aqui fazer? Não tiveste coragem de fugir? Vens para aqui morrer?' Um cabo agarrou-me pelo braço, levou-me à enfermaria e disse-me: 'Tu vens substituir aquele que está no caixão. Vens fazer a vez do furriel Leal, que está à espera de embarque para a Metrópole'. Fiquei convencido de que já não voltava mais ao meu País. O furriel Leal morreu durante um ataque de guerrilheiros da Frelimo ao quartel. Os ataques eram lançados a partir do território zambiano.

 

Fui chamado ao comandante da companhia, capitão José Lopes. Pôs-me ao corrente das missões e disse-me para, ao menos, tentar salvar a minha vida. Tive como comandante de pelotão o alferes Escoval e como colega o furriel Poejo – que me deu apoio psicológico. Estávamos localizados num ponto estratégico. Era o único quartel junto à fronteira com a Zâmbia. A nossa missão era travar as infiltrações de guerrilheiros em Moçambique a partir do território vizinho.

 

Junto ao quartel havia três povoações de nativos – Gago Coutinho, Nhassaula e M’peua – com cerca de 700 habitantes, que se consideravam portugueses. Nós tínhamos ainda por missão defender estas aldeias.

 

Estivemos debaixo de fogo várias vezes. Um indiano infiltrado na Frelimo fornecia-nos, por vezes, informações preciosas. No dia 1 de Março de 1974 duas centenas de guerrilheiros lançaram um ataque violento ao nosso quartel. Eles instalaram canhões e morteiros no morro da fronteira com a Zâmbia – artilharia operada por chineses. Apenas duas granadas caíram dentro do quartel. As outras passaram por cima. Nós, como tínhamos sido avisados, também estávamos nos abrigos subterrâneos. Sofremos sete feridos.

 

Quando se deu o 25 de Abril, estava numa operação com 23 soldados . Recebemos uma mensagem no rádio a dar conta de um golpe de Estado em Portugal. Atirámos as armas ao ar de contentamento. Pensámos que a guerra tinha acabado. Mas estávamos enganados.

 

Nas semanas seguintes, a Frelimo intensificou os ataques. Sofremos como nunca. Enquanto em Portugal se vivia numa euforia tremenda, os militares em África ficaram completamente abandonados. Fomos nós, em cada quartel, que tentámos as tréguas com os chefes das bases da Frelimo.

 

A base da Frelimo mais próxima de Gago Coutinho era comandada por José Moiane. Enviámos cartas, através dos nativos, para acabarmos com a guerra. Queríamos que os guerrilheiros nos deixassem em paz, para ficarmos lá até o Estado Português nos chamar. Só passados alguns dias, o comandante Moiane acedeu aos nossos pedidos. As tréguas só foram acordadas na primeira semana de Maio. No dia 17, a companhia recebeu ordens para sair de Gago Coutinho e marchar para Tete. Em Julho a companhia regressou a Portugal – mas eu fiquei em Moçambique, porque não tinha ido com eles. Fui enviado para outra companhia, também em Tete. A Frelimo ocupou quartéis portugueses e eu comecei a ajudar os ex-guerrilheiros em campanhas de alfabetização junto de moçambicanos. Ajudei também na organização administrativa nos quartéis e em serviços de patrulha. Nos piquetes juntavam-se soldados portugueses e da Frelimo – e isto, às vezes, dava confusão: os portugueses não queriam estar ao lado de quem tinham combatido. Mas quem mandava era a Frelimo.

 

Fiquei em Moçambique até 17 Março de 1975. Fui condecorado, mas o que mais ganhei foi a amizade dos meus companheiros de guerra – o cabo Vieira, os furriéis Poejo, Amaral, Neves e Rodrigues, os alferes Escoval e Medeiros, o capitão José Lopes e tantos outros que se juntam anualmente.

 

Fiquei em Moçambique até 17 Março de 1975. Fui condecorado, mas o que mais ganhei foi a amizade dos meus companheiros de guerra – o cabo Vieira, os furriéis Poejo, Amaral, Neves e Rodrigues, os alferes Escoval e Medeiros, o capitão José Lopes e tantos outros que se juntam anualmente.

 

Não choro por aqueles quase 10 mil que morreram na guerra. Choro por aqueles 400 mil que hoje sofrem do trauma de guerra, dos quais 100 mil não têm dinheiro para pagar a medicação e 30 mil estão deficientes. A América reconheceu os seus combatentes no Vietname. A Inglaterra reconheceu os combatentes que estiveram nas Malvinas. Portugal não quer saber de nós.

 

'REGRESSEI DE MOÇAMBIQUE COM STRESS DE GUERRA' 

 

José Morgado Vieira nunca sofreu um ferimento durante a comissão em Moçambique – mas regressou doente: 'Sofro de stress de guerra e ando a ser tratado' - diz. Nasceu em Tagarro, nos arredores de Alcoentre. Saiu de casa aos 17 anos para trabalhar em Lisboa como escriturário. Foi mobilizado. Quando regressou, o escritório já tinha fechado. Empregou-se numa fábrica de detergentes, em Lisboa. Até que resolveu voltar à aldeia natal. Casou-se, em 1976, e durante sete anos dedicou-se à agricultura em terra dos sogros. Tem três filhos. Hoje, é gerente do balcão da Caixa de Crédito Agrícola, em A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha.

 

in: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=

 

 

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2. - 09 Julho de 2008 (transcrição)

A-dos-Francos

Ex-combatente luta contra stress de guerra

in "Jornal das Caldas On-line"

 

 

A-dos-Francos

Ex-combatente luta contra stress de guerra

 

Furriel de artilharia destacado em Moçambique entre 1973 e 1975, José Morgado Vieira, 56 anos, natural e residente em Tagarro, freguesia de Alcoentre (Azambuja). Casado, tem três filhos, de 13, 26 e 29 anos. Saiu de casa aos 17 anos e foi trabalhar para Lisboa como escriturário. Quando regressou de Moçambique, trabalhou numa fábrica de detergentes, foi agricultor e tornou-se bancário, profissão que exerce desde 1984, sendo gerente do balcão da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha.

Foi incorporado em Janeiro de 1973 em Vendas Novas, no curso de sargentos milicianos. O comandante do quartel era o coronel “Oliveirinha”, dos Comandos. “Era a tropa mais especial que havia e nós também a tivemos”, conta José Vieira.


“Para mim, o primeiro confronto de “guerra” foi ainda cá em Portugal, por causa da preparação. Tive uma “guerra psicológica”, que transformou o meu ego numa máquina de combate, em que me tiraram todos os valores, nos seis meses de formação no curso”, sublinha.


“Prepararam-me para a guerra colonial como uma máquina de matar e destruir. O inimigo era para abater sem contemplações, quase como o Hitler quis fazer aos judeus. Fomos completamente destroçados de todos os nossos valores culturais, sociais, familiares e de amizade. Tudo isso nos roubaram através do sofrimento e da dor, do passar fome e sede, de não nos deixarem dormir. Foi uma tortura psicológica. Foi a principal “guerra” por que passei, mais do que a “guerra balística”", conta.


Durou seis meses. Como sargento ministrou duas recrutas. Ao fim de um ano, quem não era mobilizado para as colónias já não ia e ficava. Quando faltavam apenas onze dias para passar à desmobilização, a 19 de Dezembro, é chamado para arrancar para Moçambique.


“Estranhei a situação, mas informaram-me de que eu ia em rendição individual, isto é, ia substituir alguém que tinha sido morto”, comenta.


Na altura era furriel miliciano de artilharia. Não tinha destacamento, porque foi sozinho. Isso fez com que tivesse uma entrada diferente em Moçambique.


“Deram-me um bilhete de avião e não sabia qual era a minha missão. Tinha 21 anos e os meus familiares ficaram apreensivos. Apesar de trabalhar em Lisboa eu era um moço da aldeia e também não sabia o que me esperava nem para onde é que ia. Era tudo sigiloso”, recorda José Vieira.


“Fui num avião civil. Era a primeira vez que andava avião. Não conhecia ninguém. Quando cheguei a Moçambique, à cidade da Beira, não sabia o que havia de fazer. Encontrei paraquedistas portugueses que estavam de serviço no aeroporto e disseram-me para apresentar nos Adidos. Mandaram-me para a messe de sargentos e aguardar por novas ordens. Ali aguentei oito dias, à espera. Recebo então a informação para ir apanhar o avião para Tete, a 27 de Dezembro”, relata.


Passou-se o mesmo em Tete, que era conhecido como o “cemitério dos brancos”. Foi para os Adidos à espera da colocação definitiva. Passaram-se dez dias até lhe dizerem que ia de boleia, numa aeronave uni-motor de distribuição de correio, para o quartel de Gago Coutinho, no norte do distrito de Tete, a três quilómetros da Zâmbia.


“Tive então a minha prova de fogo, numa povoação só com palhotas e um quartel feito de zinco. Tinha uma companhia de 120 homens à minha espera. Quando aterrámos, numa pista de terra batida, os homens – que já tinham um ano de guerra e muitos deles já estavam loucos por aquilo que tinham passado - abeiraram-se de mim e massacraram-me com perguntas: “O que é que vieste para aqui fazer? Não tiveste coragem de fugir? Vens para aqui morrer como nós?”, lembra o ex-militar.


“O que eu vi na cara deles foi pessoas já desumanas. Houve um cabo que me agarrou no braço, levou-me à enfermaria e disse-me: “Tu vens substituir aquele que está no caixão. Vens fazer a vez do furriel Leal, que está à espera de embarque para Portugal, onde será o funeral”. Fiquei abaladíssimo e disse para mim que já não voltava mais ao meu país”, refere.


O furriel Leal era atirador de artilharia e morreu num combate que a Frelimo fez ao quartel. “A Frelimo atacava-nos desde o território zambiano e nós não podíamos ripostar, porque não podíamos estar a atacar outro país”, sustenta.


“Fui chamado à secretaria pelo capitão José Lopes, comandante da companhia de artilharia (CART 7251), que pôs-me ao corrente do que eu ia fazer e disse-me que eu tentasse pelo menos salvar a minha vida. Tive o alferes Escoval como meu comandante de pelotão e como colega o furriel Poejo, que me deu apoio psicológico”, descreve.


Segundo José Vieira, “estávamos num ponto estratégico”. Era o único quartel junto à fronteira com a Zâmbia. A principal missão era não deixar a Frelimo entrar em Moçambique. Junto ao quartel havia três povoações de nativos – Gago Coutinho, Nhassaula e M’peua - com cerca de 700 habitantes, que se consideravam portugueses. “Estávamos ali a guardar as povoações dos ataques”, indica.


O ex-combatente conta que “estivemos debaixo de fogo várias vezes. Tínhamos um indiano, que passava a palavra da Frelimo para nós. Era o intermediário que nos avisava que íamos ser atacados”.


No dia 1 de Março de 1974 houve um ataque enorme ao quartel de Gago Coutinho, com 250 homens da Frelimo. Os canhões sem recuo, com morteiros de 122 mm, foram colocados no morro da fronteira com a Zâmbia e eram manejados por chineses. “A sorte do nosso quartel foi que só duas granadas é que caíram dentro do quartel, as outras passaram por cima, senão teria sido um morticínio total. Nós, como tínhamos sido avisados, também já estávamos nos abrigos subterrâneos”, afirma José Vieira.


Um elemento da Frelimo, que era fotógrafo e tinha uma máquina Zenit russa, foi a cerca de um quilómetro da unidade para tirar fotos do quartel intacto e depois com o quartel destruído e com a bandeira da guerrilha. Só que entregou-se aos portugueses e avisou-os do que ia acontecer. E os militares lusos prepararam-se. Quando começou o ataque, deixaram o inimigo aproximar-se do quartel, até ao primeiro arame farpado e ao anoitecer começaram a disparar. “Ficaram lá uns quantos agarrados ao arame farpado. Da nossa companhia ainda houve sete feridos”, garante José Vieira.


Deu-se o 25 de Abril em Portugal, mas a Moçambique “nunca chegou o cravo vermelho, pelo contrário, a situação tornou-se um inferno”, desabafa o militar, apontando que “na altura estava numa operação com 23 soldados e recebemos uma mensagem via rádio a dizer que havia um golpe de Estado em Portugal. Atirámos as armas ao ar, porque pensávamos que a guerra tinha acabado. Mas não”.


“Foram ataques e mortos todos os dias a seguir, porque era a pressão total da Frelimo para com o Estado Português, de forma a conseguirem mais rapidamente a independência”, faz notar José Vieira, frisando que “enquanto em Portugal se vivia uma euforia tremenda, em Moçambique os militares portugueses foram completamente abandonados pelo Estado”.


“Fomos nós, em cada quartel, individualmente, que fizemos as tréguas com os chefes ou comandantes das bases da Frelimo, porque senão ainda hoje lá estaríamos”, alega o ex-combatente.


A base da Frelimo mais próxima era comandada por José Moiane, destacado guerrilheiro. “Enviámos cartas, através dos nativos, para acabarmos com a guerra. Não havia quaisquer imposições. Queríamos era que nos deixassem de chatear, para ficarmos lá até o Estado Português nos chamar”, refere José Vieira.


Não foi fácil. O comandante Moiane não aceitou logo, só passados alguns dias. As tréguas só aconteceram na primeira semana de Maio.


No dia 17 de Maio, a companhia recebeu ordens para sair de Gago Coutinho e ir para a cidade de Tete. Em Julho, a companhia veio para Portugal, mas José Vieira ficou lá, porque não tinha ido com os restantes militares.


“Fui para outra companhia, na ZOT – Zona Operacional de Tete, como adido. A Frelimo ocupou quartéis portugueses e eu comecei a ajudá-la a desenvolver campanhas de alfabetização na cidade, junto de miúdos e idosos. Ajudei também na organização administrativa nos quartéis e em serviços de patrulha”, revela.


“Nos piquetes juntavam-se soldados portugueses e da Frelimo, o que era uma guerra. Os portugueses não queriam estar ao lado de quem tinham combatido. Mas quem mandava era a Frelimo”, argumenta.


“Viveu-se um período a que posso chamar de “guerra das minas”, porque a Frelimo não teve tempo para retirar as minas que tinha colocado nas estradas e de vez em quando a tropa portuguesa era atingida quando passava de carro por cima de alguma. Para não se entrar na barragem de Cabora Bassa, foi toda armadilhada à volta. Ainda hoje não se sabe onde está o “croquis” desse armadilhamento e muita gente morre”, manifesta.


Ficou em Moçambique até 17 Março de 1975, altura em que veio para Portugal, após ter recebido ordens para regressar.


Recebeu uma Cruz de Guerra (medalha), mas o que mais ganhou foi a amizade dos seus companheiros de guerra – o cabo Vieira, os furriéis Poejo, Amaral, Neves e Rodrigues, os alferes Escoval e Medeiros, o capitão José Lopes e tantos outros, que se juntam anualmente.
“Nunca fui atingido, mas o ferimento que trouxe foi a claustrofobia e o stress de guerra, de que sou tratado desde a minha vinda para Portugal”, afirma.

 


“Não choro por aqueles 10 mil que morreram há trinta e tal anos. Choro por aqueles 400 mil que hoje sofrem do trauma de guerra, dos quais 100 mil não têm dinheiro para pagar a medicação e 30 mil estão em cadeira de rodas. A América reconheceu os seus combatentes no Vietname. A Inglaterra reconheceu os combatentes que estiveram nas Malvinas. Nós até hoje somos abandonados pelo Estado Português”, desabafa.

 

Francisco Gomes (texto)
Carlos Barroso (fotos)

 

in: http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2008/07/09/a-dos-francos-2/3544/

 

 

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3. - Nota da equipa do Terraweb:

 

José Morgado Vieira, ex- Furriel Mil.º de Artilharia, foi substituir Fernando Ferreira da Fonseca Leal, ex- Furriel Mil.º de Artilharia, da Companhia de Artilharia 7251/72, natural da freguesia de Freches, concelho de Trancoso, que tombou em combate em 25 de Julho de 1973.

 

Elementos extraídos da listagem "Mortos na Guerra do Ultramar",

concelho de Trancoso, de um colaborador do portal UTW

 

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4. - Comentários de Abreu dos Santos:

 

-----Mensagem original-----
Enviada: quinta-feira, 10 de Julho de 2008 16:47
Para:UTW
Assunto: Triagem anti-stress

 

1. comentário postado em 16:05 10Jul08 no CM-online (que, devido à restrição editorial, foi assim resumido –

 

– «triagem anti-PTSD...

O "Oliveirinha" nunca comandou a EPA; Vila Coutinho (actual Ulongué) fazia (e faz) fonteira com o Malawi; um 1ºCabo a tratar tu-cá-tu-lá um recém-chegado Furriel Miliciano? Um militar morto há mais de 5 meses, ainda num "caixão" numa "enfermaria" de um aquartelamento inóspito em clima tropical? A "alfabetização" frelimista, sabe-se o que foi. Quanto ao resto, "no comments"... ».

 

[Comentário: O seu comentário foi enviado com sucesso. Após a validação por parte da nossa redacção, ficará disponivel online. Obrigado pela sua participação.]

 

2. O mesmo comentário, logo a seguir integralmente postado no "Jornal das Caldas" on-line –

 

– «triagem anti-PTSD…

 

No passado domingo 06Jul08, ao ler, na revista “Domingo” do jornal diário “Correio da Manhã”, mais uma estória-stressada, de pronto coloquei a mim mesmo algumas dúvidas: “o coronel Oliveira, militar dos Comandos”, não comandou a EPA (Vendas Novas); o nome da referida povoação no norte distrital de Tete, não seria “Gago Coutinho”; e a mesma não fazia (faz) fronteira com a Zâmbia. Regressado a casa, pouco depois confirmei:

 

1. Júlio Faria Ribeiro de Oliveira, oficial oriundo da arma de Artilharia (e com a especialidade “comando”), nunca comandou a EPA; (os comandantes da EPA em 1972/73 e 1973/74 foram, respectivamente, o coronel de artilharia Aldemar Dias da Costa e o coronel de artilharia José Luís A. Ferreira Machado).

 

2. Vila Coutinho, junto à nascente do Revuboé e perto da fronteira nor-nordeste do istmo de Tete, pós-25Jun75 renomeada Ulongué, não fazia (faz) fronteira com a Zâmbia, mas com o Malawi.

 

Hoje 10Jul08, ao ler o “Jornal das Caldas Online”, cujo endereço

http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2008/07/09/a-dos-francos-2/3544/ reproduz quase ‘ipsis verbis’ o texto publicado pelo CM, persistem algumas perplexidades:

 

1. O protagonista teria chegado ao aquartelamento da CArt7251/72 no dia 06Jan74, momento em que «houve um cabo que me agarrou no braço, levou-me à enfermaria e disse-me: “Tu vens substituir aquele que está no caixão. Vens fazer a vez do furriel Leal, que está à espera de embarque para Portugal, onde será o funeral”». Um 1ºCabo a tratar tu-cá-tu-lá um Furriel Miliciano, recém-chegado ?!; e um militar falecido em 25Jul73, permanecia num “caixão” numa “enfermaria” de um aquartelamento em local inóspito e em clima tropical, decorridos mais de 5 meses?!

 

2. Adiante, o deponente afirma que pós-25Abr74 «foram ataques e mortos todos os dias a seguir»; mas não há registo de quaisquer “mortos todos os dias”, no distrito de Tete, decorrentes de combates, minas, emboscadas ou flagelações inimigas.

 

3. Depois, que aquela CArt7251 teria em 17Mai74 recebido ordens de «marchar para Tete» e que «em Julho a companhia regressou a Portugal»; no entanto, há notícia da mesma só ter retirado de Vila Coutinho para Tete, durante a 2ª semana de Ago74.

 

4. Além disso, o mesmo «ficou em Moçambique até 17 Março de 1975» «a ajudar ex-guerrilheiros em campanhas de alfabetização», «na cidade [de Tete], junto de miúdos e idosos» e na Metrópole «recebeu uma Cruz de Guerra (medalha)»; a “alfabetização” frelimista, sabe-se o que foi; e no que respeita a ter sido «condecorado», tal “agraciamento” não consta em edição alguma do Estado-Maior do Exército.

 

Isto, quanto aos factos.

 

Quanto ao resto do depoimento, “no comments”… ».

[O Seu comentário está a aguardar aprovação do moderador.]

 

Melhores cumprimentos,

do

Abreu dos Santos

 

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5. - Mais comentários na notícia publicada no Jornal das Caldas, com o título:

A-dos-Francos

Ex-combatente luta contra stress de guerra

 

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