in "Diário
de Notícias", de 6 de Janeiro de 2009, do
jornalista
Manuel Carlos Freire
Defesa. Relatório da
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa
Cavaco Silva lembrou a prioridade de apoiar os
deficientes militares
A forma como os veteranos de guerra e deficientes
militares são tratados condiciona a imagem das Forças
Armadas e afecta o recrutamento de jovens para as
fileiras, indica um relatório da Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"Publicidade negativa sobre o deficiente tratamento dado
aos veteranos pode afastar potenciais futuros recrutas"
de se alistar nas Forças Armadas. "Enquanto empregador
responsável, as Forças Armadas têm o dever de cuidar dos
seus actuais e antigos empregados", afirma o relatório,
relativo a 2008, do Gabinete para as Instituições
Democráticas e Direitos Humanos da OSCE (ODIHR, sigla em
inglês), sediado em Varsóvia.
"É no interesse das Forças Armadas como empregador
cuidar dos veteranos, na medida em que melhores serviços
para [esses combatentes] também podem ser vistos como um
incentivo ao recrutamento." Acresce, prossegue o
relatório, que "conceder melhores benefícios aos
veteranos mostra aos actuais e futuros [efectivos
militares] que as Forças Armadas são um empregador
responsável".
O relatório surge poucas semanas depois de o Presidente
da República, Aníbal Cavaco Silva, ter insistido (no
passado dia 19 de Dezembro) na necessidade de se
"assegurar o adequado apoio que os deficientes das
Forças Armadas reconhecidamente merecem". "O apoio a uma
saúde de- bilitada, fortemente agravada com o natural
envelhecimento, constitui a principal prioridade,
requerendo (...) o prosseguimento de uma acção
concertada" do Governo, declarou o Chefe do Estado,
durante uma visita à sede da Associação dos Deficientes
das Forças Armadas (ADFA).
Num artigo de opinião publica- do três dias depois no
Jornal de Notícias, o jornalista Mário Crespo
sublinhou que "a assistência aos deficientes das Forças
Armadas tem sido considerada questão menor. Sucessivos
governos têm aguardado que o problema dos antigos
combatentes em geral e dos deficientes em particular se
resolva por si". Para isso "têm-se inventado
redefinições dos graus de invalidez. Reavaliado o que
são situações de guerra e de combate. Tudo para
conseguir roubar na assistência aos veteranos", afirmou
Mário Crespo.