Imposição de
Condecorações a ex- Combatentes do
Ultramar


Medalha Comemorativa das
Campanhas e Comissões de Serviços
Especiais
Cerimónias de
Imposição de Condecorações a ex-
Combatentes do Ultramar
06Mai2017 - Regimento
de Apoio Militar de Emergência (Abrantes)
Fonte: "Antena
Livre"
ABRANTES: EX-COMBATENTES DA GUINÉ
HOMENAGEADOS PELO CHEFE DO ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO
2017-05-08

Este
sábado, dia 6 de maio [2017], o Regimento de Apoio
Militar de Emergência, em Abrantes, acolheu a cerimónia
de homenagem aos mortos em combate e condecoração aos 66
ex-Combatentes da Companhia de Caçadores Independente
2796 “Gaviões”, que combateram na Guiné de 1970 a 1972.

O General Rovisco Duarte, Chefe do Estado Maior do
Exército, esteve presente em Abrantes e falou do caráter
pessoal desta cerimónia, devido à ligação com o Coronel
Morais da Silva, comandante da companhia.
“O Coronel Morais da Silva foi um homem
que marcou a Academia Militar, particularmente a minha
geração, nos anos 70, e várias gerações de oficiais. No
meu caso, em 76, mais concretamente. Gerações essas que,
como o próprio se referiu, estão agora em posições de
comando no Exército”, explica o Chefe do Estado Maior do
Exército, que afirma ainda que, no seu caso particular
“foi ainda mais gratificante perceber que aquele Capitão
que eu conheci há cerca de 40 anos atrás, tinha sido um
homem [na altura, eu, Cadete, não me apercebi pois a
juventude não dá para muitas coisas] que tinha tido uma
experiência na Guiné. Foi extremamente reconfortante
perceber agora comportamentos na altura. Daí
aumentar-lhe a admiração pelas qualidades humanas deste
nosso Coronel. Que era, de facto, exigente mas já tinha
tido a experiência da Guiné, um teatro extremamente
difícil. Isso era vertido na educação dos Cadetes”.
Para os 66 ex-Combatentes presentes na cerimónia, o
General Rovisco Duarte deixou um “agradecimento profundo
e reconhecido por parte do Exército. E dizer que o
Exército os admira muito e que está disponível para
poder de alguma forma colaborar naquilo que seja a sua
qualidade de vida, conforto, anseios e preocupações. No
fundo, uma palavra de solidariedade muito amiga, muito
profunda e muito sincera”.
José Mora Alves, de Sardoal, e João do Rosário Oliveira,
de Abrantes, são dois ex-Combatentes desta Companhia que
lutou num dos piores palcos da guerra colonial.
“Recordar situações que já se passaram há 40 anos e que
é bom não esquecer”, afirmou José Mora Alves acerca do
significado desta cerimónia. Quanto à presença do
General Rovisco Duarte, afirma que tem “um valor
especial porque vem de alguém que percebe onde nós
andámos e o que passámos”.
João do Rosário Oliveira ainda ostentava no peito a
medalha da condecoração mas afirmou que “a medalha, por
si só, não é importante. Foi toda a cerimónia, o que se
passou até hoje e, principalmente, a homenagem aos que
faleceram. O Exército não abandona os seus e
homenageia-os, quando, muitas vezes, a comunidade civil
se esquece de o fazer”, afirma.
Foram 23 meses de missão onde a Companhia “Gaviões” viu
tombar cinco dos seus membros e contou com 13 feridos
graves. Foram agora alvo de homenagem por parte dos seus
pares e numa cerimónia que contou com a presença do
Chefe do Estado Maior do Exército, no RAME.

José Mora Alves e João do Rosário
Oliveira
