

Major de Cavalaria
Mendes Paulo
Ocorreu no dia 6 de Setembro de 2012, o
6º aniversário de falecimento do Major de Cavalaria João
Luiz Mendes Paulo, distinto Oficial do Exército
Português
22Out1932 > 06Set2006
«uma pessoa de uma craveira
intelectual extraordinária, com grande cultura, mas ao
mesmo tempo de um humanismo a toda a prova»
Que a sua Alma descanse em Paz
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Os veteranos da Guerra do
Ultramar, com a devida autorização e a
colaboração do veterano J. C. Abreu dos
Santos,
reproduzem o filme "ELEFANTE DUNDUM -
Missão, Testemunho e Reconhecimento".
Os nossos agradecimentos
A equipa do UTW
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Autor do livro e do CD:
"ELEFANTE
DUNDUM - Missão, Testemunho e Reconhecimento"
M5A1 "Stuart": ME-07-70
(Licas), ME-08-77 (Gina) e ME-08-98
(Milocas)
«... Com ele, através da sua escrita
superiormente ilustrada com fotos, vamos viver a guerra
nos quatro teatros em que interveio e, ainda, a
descrição minuciosa com imagens e diagramas de todos os
carros de combate de todos os tempos»
O CD (3 partes, em vídeo)
- «O Major de Cavalaria João
Luiz Mendes Paulo, leva-nos à Índia onde,
como Tenente, comandou o 1ºPelRec4 em
1959-61, depois a Moçambique no BCav571 em
1963-65, e a Angola no BCav1927 em 1967-69.
E acaba a sua carreira dramaticamente no
BCav2922, em Fevereiro de 1971 no leste da
Guiné, após a acção mal sucedida, denominada
Operação Mabecos.
ELEFANTE DUNDUM, é um "Manual
de Cavalaria", que nos relata toda uma
carreira dedicada à Família, ao Exército e à
sua Arma.
Com ele, através da sua
escrita superiormente ilustrada com fotos,
vamos viver a guerra nos quatros teatros em
que interveio e, ainda, a descrição
minuciosa com imagens e diagramas de todos
os carros de combate de todos os tempos.»
- «Organizou e esteve
presente em inúmeros convívios das unidades
a que pertenceu. Presença assídua,
interessada e amiga nos seus encontros,
deixou saudades pela sua afabilidade,
disponibilidade e sobretudo pela camaradagem
que patenteava aos seus subordinados.
Faleceu a 06 de Setembro de 2006.
O Guerreiro descansa em
paz... »
(excertos
de comentários, publicados em 11Out2010 no
facebook)
Para
visualização dos conteúdos clique em cada um
dos sublinhados ou em cada uma das imagens
que se seguem:

O livro e a
Entrevista "Algarve Press"
«M5A1 "Stuart" em Angola - Um
pouco de história»
Produzidos em 1943 em
Detroit, os M5A1 seguiram para Inglaterra
onde foram baptizados "Stuart" e preparados
para a iminente invasão de França,
desembarcaram na Normandia, entraram em
Paris com a 2ª Divisão Blindada do General
Jacques Leclerc, rolaram pela Bélgica e
terminaram a guerra na Alemanha, onde
receberam a rendição de Neustadt a 16 de
Abril de 1945. Foram depois vendidos ao
Canadá, tendo servido no exército canadiano
como blindados de instrução até 1956, ano em
que após terem sido completamente revistos,
recondicionados e motorizados de novo [2
Cadillac-V8 c/120Cv cada], receberam
"guia-de-marcha" para Portugal.
Noventa M5A1 vieram para
Portugal em 1956 ao abrigo da NATO. Quando
chegaram ao nosso País, estes carros eram já
obsoletos. O Exército Português estava já
nessa altura equipado com os mais modernos
M-24 "Chaffee" e M-47 "Patton".
Em 1967, dos noventa M5A1
portugueses, o Regimento de Cavalaria 6
(RC6) possuía 2, a Academia Militar (AM)
tinha 3, a Guarda Nacional Republicana (GNR)
tinha 20 e finalmente o Depósito Geral de
Material de Guerra (DGMG) em Beirolas
albergava os restantes 65, dos quais apenas
13 estavam operacionais, ou seja prontos
para serviço imediato. Destes 13, apenas 10
tinham lagartas de ferro, as ideais para o
tipo de terreno que iriam encontrar em
África, embora menos confortáveis do que as
de borracha, mas mais resistentes ao
desgaste.
Resgatados a muito custo do
DGMG onde enferrujavam, estes veteranos de
muitas batalhas tiveram nova oportunidade de
emprego.
O Capitão Mendes Paulo,
acompanhado de um condutor e de um mecânico,
esteve em Beirolas durante uma semana, tendo
sido seleccionados seis M5 (os carros já não
estavam no parque mas sim no "cemitério",
última etapa antes de serem desmantelados
pelo maçarico do ferro-velho): os carros
eram sujeitos a um primeiro exame e, se
aprovados, eram tirados do "cemitério" para
testes de andamento mais completos.
Escolhidos os três
definitivos, foram levados para as Oficinas
Gerais de Material de Engenharia (OGME) em
Belém, onde se procedeu a uma revisão
completa. Na Direcção do Serviço de
Transmissões (DST), foram equipados com
rádios iguais aos dos M-24 e M-47. No paiol
de Sacavém estavam as munições – 1500
perfurantes de 37mm e 61500 de 7.62mm para
as metralhadoras Browning –, que embarcaram
com os carros no navio "Beira", a 26 de
Setembro de 1967; (mais tarde foram
recebidas as munições explosivas, porque
estas na altura estavam adstritas à GNR).
Graças à determinação e
entusiasmo do então Capitão de Cavalaria
Mendes Paulo, três velhinhos carros de
combate M5A1 "Stuart" da 2ª Guerra Mundial,
foram os protagonistas de uma aventura sem
igual em terras africanas, ficando para a
História como os únicos Tanques usados na
Guerra do Ultramar e os únicos a ver combate
em toda a história do Exército Português.
Embarcaram três (o Milocas, o
Gina e o Licas) para Angola, em 1967. E até
1972 distinguiram-se em muitas missões de
escolta e reconhecimento, sendo apelidados
pelos guerrilheiros da FNLA, "Elefante
Dundum".
O carro ME-08-98 Milocas
ficou no Grafanil, o ME-08-77 Gina em Luanda
e o ME-07-70 Licas em Zala. São hoje
esqueletos de ferro ferrugento, relíquias de
uma guerra muito particular.
Actualmente em Portugal
existem 13 M5A1, distribuídos da seguinte
forma:
- 4 no Regimento de Cavalaria
6
- 2 na Escola Prática de
Cavalaria
- 2 no Quartel de Cavalaria
(ex-RC4)
- 1 no Regimento de Lanceiros
nº2
- 1 na Escola Prática de
Serviço de Material
- 1 no Museu Militar do Porto
- 1 no
Museu da Liga dos
Combatentes, no Forte do Bom Sucesso em
Belém (transferido do Regimento de Cavalaria
3)
(Alexandre Gonçalves, in
"Cadernos Militares do Lanceiro", nº3)