Artur Jorge Tavares
Pignatelli Fabião, Furriel Mi.º de Infantaria 'Comando', da 38ªCCmds
“Pouco se fala hoje em dia nestas
coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho
como Portugueses, elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro


Artur Jorge Tavares
Pignatelli Fabião
Furriel Mi.º de
Infantaria 'Comando',
n.º 04095671
38.ª Companhia de
Comandos
«OS LEOPARDOS»
«A SORTE PROTEGE
OS AUDAZES»
Guiné:
27-30Jun1972 a 21Nov1972
(data do falecimento)
Cruz de Guerra,
colectiva, de 1.ª classe
(Título póstumo)
Cruz de Guerra de 4.ª
classe
(Título póstumo)
Artur Jorge Tavares
Pignatelli Fabião, Furriel Mil.º de Infantaria
'Comando', n.º 04095671, natural da freguesia e concelho
de Seia, filho de Jaime Pignatelli Fabião e de Maria
Fernanda de Castro Tavares Pignatelli, solteiro;
Em 27/30 de Junho de
1972, tendo sido mobilizado pelo Centro de Instrução de
Operações Especiais (CIOE – Lamego) «QUE OS MUITOS, POR
SEREM POUCOS, NÃO
TEMAMOS» para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné, embarcou no Aeródromo
Base n.º 1 (AB1 – Figo
Maduro) em vôo TAM ‘Boeing-707’
rumo à Base Aérea n.º 12 (BA12 – Bissalanca), integrado
na 38.ª Companhia de Comandos (38ªCCmds) «OS LEOPARDOS»
- «A SORTE PROTEGE OS AUDAZES»;
Faleceu, no dia 21 de
Novembro de 1972, no Hospital Militar de Bissau, vítima
de ferimentos em combate, ocorrido durante a "Operação
Jamanta" (nota),
na Mata de Jopá (Caboiana - Churo);
Está inumado no cemitério
municipal de Seia.
A sua Alma repousa em Paz
Louvado, a título póstumo, por feitos
em combate, por despacho do General-Chefe das Forças
Armadas da Guiné, de 22 de Maio de 1973, publicado nas
Ordens de Serviço
n.º 23, de 28 de Maio de 1973, do Comando-Chefe das
Forças Armadas da Guiné e n.º 23, de 7 de Junho do mesmo
ano, do Quartel General do Comando Territorial
Independente da Guiné;
Agraciado com a
Medalha da
Cruz de Guerra de 4.ª classe, a título
póstumo,
por feitos em combate, por despacho do Comandante-Chefe
das Forças Armadas da Guiné, de 2 de Junho de 1973,
publicado na Ordem do Exército n.º 27 - 3.ª série, de
1973
Louvor colectivo, por despacho do
Chefe do Estado-Maior do Exército, General Carlos
António Corbal Hernandez Jerónimo, datado de
9 Novembro de 2015, publicado na Ordem do Exército n.º
02/2016 de 29 de Fevereiro, 1.ª série (páginas 24 e 25);
Agraciado com a Medalha
da Cruz de Guerra, colectiva, de 1.ª classe,
conforme Aviso (extracto) n.º 7889/2016 publicado no
Diário da República, n.º 120/2016, Série II, de 24 de
Junho de 2016.
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(nota):
Do livro "38ª
Companhia de Comandos 'Os Leopardos' - A História":
OPERAÇÃO JAMANTA
38ª COMPANHIA DE COMANDOS
20 e 21 Novembro de 1972 - Guiné Portuguesa, Mata de
JOPÁ
– «...estávamos
nesta conversa e enquanto eu aproveitava para abalizar o
trilho tentando ver para onde ia e parecia-me até haver
ali perto um cruzamento quando vejo lá no fundo, num dos
lados de onde vinha o trilho os vultos de vários
guerrilheiros que quase a correr viriam dali a instantes
chocar connosco. [...] No chão à minha frente no meio do
trilho o primeiro guerrilheiro que caíra com o meu
primeiro disparo. Mais adiante outros guerrilheiros
estavam também estendidos. Espalhadas pelo trilho, 3
espingardas Kalashnikov, várias granadas de RPG e mais
material. Rastos de sangue dirigiam-se para o lado de
onde tinham vindo os guerrilheiros. [...] Estávamos numa
espécie de descompressão que se seguiu aos momentos de
extrema tensão que tínhamos acabado de passar quando
fomos abalados pela informação vinda da retaguarda da
coluna de que
tínhamos dois mortos
e um ferido...
»
Os combates a curta
distância podem ter destes desfechos.
Este e outros relatos, em "38ª Companhia de Comandos 'Os
Leopardos' - A História"; (Fronteira dos Caos Editora).
Os mortos:
Furriel Mil.º
'Comando' Artur Jorge Pignatelli Fabião
Soldado 'Comando' Mário
Branco da Costa Chaves
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Cruz de Guerra de
4.ª classe
Furriel Miliciano de
Infantaria, Comando
ARTUR JORGE TAVARES PIGNATELLI FABIÃO
38ªCCmds - CIOE
GUINÉ
4.ª CLASSE (Titulo póstumo)
Transcrição do Despacho publicado na Ordem do
Exército n.º 27 – 3.ª série, de 1973.
Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe, nos termos
do artigo 20.º do Regulamento da Medalha Militar,
promulgado pelo Decreto n.º 566/71, de 20 de Dezembro de
1971, por despacho do Comandante-Chefe das Forças
Armadas da Guiné, de 2 de Junho de 1973, o Furriel
Miliciano de Infantaria, Comando, Artur Jorge Tavares
Pignatelli Fabião, da 38.ª Companhia de Comandos, a
titulo póstumo.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado nas Ordens de Serviço n.º 23, de 28 de Maio
de 1973, do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné e
n.º 23, de 7 de Junho do mesmo ano, do Quartel General
do Comando Territorial Independente da Guiné):
Sua Excelência o General-Chefe das Foças Armadas da
Guiné, por proposta do Brigadeiro Comandante Militar do
Comando Territorial Independente da Guiné, concedeu o
seguinte louvor, por despacho de 22 de Maio de 1973:
Louvado, a titulo póstumo, o Furriel Miliciano de
Infantaria, Comando, Artur Jorge Tavares Pignatelli
Fabião, da 38.ª Companhia de Comandos, pelas
extraordinárias qualidades de coragem, decisão,
sangue-frio e serena energia debaixo de fogo,
demonstradas ao longo da sua permanência no Teatro de
Operações da Guiné.
De salientar, a sua actuação no decorrer da operação
"Jamanta" durante a qual, aproximando-se de uma lavra
dispôs a sua equipa da forma mais conveniente a capturar
os elementos que ai trabalhavam, sem ser necessário
utilizar as armas. Pouco depois, durante um contacto com
o inimigo, embora em terreno aberto, serenamente
empunhou a sua arma sendo o primeiro a reagir ao fogo do
adversário, arrastando com o seu exemplo o pessoal que
comandava, batendo com fogo certeiro o local onde se
encontrava o inimigo, ao mesmo tempo que coordenava os
movimentos do seu Grupo de Combate, até ser mortalmente
atingido.
O Furriel Miliciano Fabião, pelo conjunto de qualidades
militares e morais que nele se cruzavam e de que se
salienta a invulgar agressividade, notável capacidade
para o comando de homens em campanha e elevado sentido
de missão, honrou altamente os "Comandos" a
que pertenceu, o Exército e a Pátria, que tão
abnegadamente serviu.

